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Brasil se firma como uma potência na elite do surfe mundial

Resultados na temporada aumentam o prestígio dos brasileiros

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Por Paulo Favero e enviado especial ao Havaí
Atualização:

Se no ano passado, com o título mundial de Gabriel Medina, algumas pessoas ainda tinham dúvidas sobre a competitividade dos surfistas brasileiros, este ano a desconfiança foi pelo ralo. O País tem três surfistas disputando o título em Pipeline e teve uma temporada marcada por grandes resultados.

“Eu não diria que os estrangeiros estão assustados com a força do Brasil, eu diria que têm grande respeito. O Brasil sempre foi considerada uma nação de postulantes aos títulos mundiais, várias vezes ganhou em outras categorias, como no longboard, no QS (segunda divisão), no júnior, mas nunca tinha conseguido o tão sonhado título mundial. Com a conquista do Medina, isso agora é coisa do passado, e é uma realidade no Circuito”, afirma Renato Hickel, vice-comissário da Liga Mundial de Surfe (WSL, da sigla em inglês).

Mineirinho pega Glenn Hall na última bateria da terceira rodada no Havaí. Foto: Marcio Fernandes/Estadão

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Ele conta que a façanha de Medina ajudou a quebrar paradigmas no mundo do surfe. “O respeito aumentou consideravelmente em relação a esse fator de chegada do competidor brasileiro, que nunca aconteceu no passado, de realmente chegar e disputar o título mundial de igual para igual com os australianos, americanos e havaianos como. Acho que esse respeito aumentou, principalmente este ano, e isso é saudável.”

Quem também elogia o “Brazilian Storm”, apelido que essa geração de surfistas brasileiros recebeu, é o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater. “Filipe, Adriano e Gabriel são surfistas de excelente nível e merecem estar nas primeiras posições do ranking. O Filipe e o Gabriel têm muitos anos para ganharem títulos. São o futuro do surfe. O Adriano já está há vários anos no Circuito e é um competidor duro.”

Adriano de Souza, o Mineirinho, está na briga pelo troféu de 2015. E ele entende que o surfe brasileiro deu um grande salto. “Na verdade, o que está acontecendo é uma evolução. A gente está apanhando há tantos anos no Circuito, então está na hora de a gente bater também. Está mais do que certo. A gente merece o momento que estamos vivendo.”

Mineirinho reconhece que os surfistas brasileiros abriram portas em anos anteriores, e diz que os frutos estão sendo colhidos agora. “Há muitas pessoas que vivem do surfe e sempre sonharam com isso, porque estamos batalhando, brigando pelo espaço a cada ano, e agora estamos com o campeão do mundo, o Gabriel, que novamente está disputando o título, o Filipe com 21 anos está despontando, eu estou na briga... E temos mais cinco atletas que estão levando a nossa bandeira da mesma forma que a gente”.

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