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Brasil sonha com um "Guga" no golfe

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Por Agencia Estado
Atualização:

A expansão mundial do golfe ocorre de cima para baixo, iniciando-se nas camadas de mais poder aquisitivo antes de atrair praticantes na classe média - o número de aficcionados aumenta na proporção em que surgem campos públicos e diminui o custo da prática. "Para termos um brasileiro no mesmo torneio de Tiger Woods precisamos de muitos campos públicos, jovens golfistas e trabalho de formação", afirma o professor Dino Padua Soares, que instalou, no Alphaville Graciosa, na Grande Curitiba (PR), uma clínica para dar dicas sobre aos golfistas durante o 3.º Torneio Audi de Golfe, que terminou hoje. Nos Estados Unidos, são 26,4 milhões de praticantes e 16.743 campos, 11.983 públicos, de acordo com a Confederação Brasileira de Golfe (CBG). O Brasil tem 15 mil adeptos e um campo público, o Kaiser Golf Center, no Aeroporto, São Paulo, aberto há um ano. O PGA Tour é o circuito norte-americano que tem o "homem de um bilhão de dólares", uma referência aos prêmios e patrocinadores de Tiger Woods, 25 anos, o fenômeno do golfe. Ter um brasileiro nesse circuito é o sonho dos golfistas nacionais e também de Dino, que trabalha em um raro projeto de formação, com um grupo de sete garotos, de 9 a 19 anos, que treinam no campo público do bairro do Aeroporto e na Fórmula Academia, incluindo Ricardo Iverson, que já liderou o ranking juvenil do Brasil. "Só assim, vai surgir um Guga. É necessário passar aos jovens as técnicas e a preparação física ideal para o esporte. Eles também precisam ter lugar para treinar." O professor não conhece mais trabalhos de formação no País. A maioria dos novos jogadores herdam o esporte e a própria condição de praticá-lo em campos privados. Como o amador Enzo Miyamura, de 15 anos, que joga porque os pais, japoneses, sempre jogaram - a Ásia tem 31 milhões de praticantes, 21 milhões no Japão, e, no Brasil, o esporte também encontra muitos adeptos nas colônias de origem asiática. Embora a média mundial de idade dos praticantes seja de 37,5 anos, para competir na elite "o quanto antes iniciar melhor, de preferência a partir dos cinco anos", ressaltou Dino. O campo de São Paulo tem horários gratuitos para crianças. No Brasil, o que mais cresce é o golfe amador, ligado ao turismo, condomínios e ricos. A Associação Brasileira dos Profissionais de Golfe congrega apenas 172 profissionais. Na categoria Scratch, a de melhor handicap entre os amadores, a vitória no 3.º Torneio Audi de Golfe, ficou com Luciana Oliveira, com 254 tacadas, 38 acima do par (número determinado). A cerimônia de entrega dos prêmios teve a presença de Viviane Senna, que veio ao Paraná receber o cheque de R$ 15 mil - parte do valor das inscrições foi doada para o Instituto Ayrton Senna.

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