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Brasil vai buscar potencial técnico no exterior para 2016

Em 23 modalidades, foram contratados 41 treinadores, principalmente nos esportes sem tradição no País

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Por Paulo Favero
Atualização:

SÃO PAULO - No último ciclo olímpico, o Brasil chegou a contar com 35 técnicos estrangeiros nas diversas modalidades. Agora, acabando o primeiro ano do ciclo que vai até os Jogos do Rio, em 2016, o País já tem 41 treinadores de fora em 23 modalidades, um aumento significativo, superior a 15% ,e a tendência é esse suporte do exterior aumentar ainda mais. Segundo Marcus Vinicius Freire, superintendente executivo de esportes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a intenção é fazer com que o esporte nacional dê um salto de qualidade."O COB está desenvolvendo um trabalho de identificação de carências em algumas modalidades e novos nomes virão para ajudar o Time Brasil a alcançar sua meta nos Jogos de 2016, de ser top 10 no pelo total de medalhas. Para isso, temos de subir ao pódio em, pelo menos, 13 modalidades diferentes", explica o dirigente, lembrando que em Londres o País garantiu medalha em nove modalidades. "Temos de investir em esportes individuais, o que aumenta o campo para contratação de mão de obra especializada de outros países."Através dos recursos da Lei Agnelo/Piva, o COB e as confederações estão investindo na contratação de treinadores estrangeiros e esse processo se acentuou com a aproximação dos Jogos do Rio. Primeiro porque, em muitas modalidades, o Brasil não tinha experiência suficiente para crescer rapidamente. É o caso do hóquei sobre grama, modalidade em que o País nunca conseguiu ir à Olimpíada. O técnico holandês Bert Bunnik foi contratado. "Estou percebendo uma melhora significativa. Os homens estão fazendo progressos mais rapidamente do que as mulheres e neste momento eu realmente acredito que as duas equipes podem ter bom desempenho em 2016", explica Bunnik.A Federação Internacional de Hóquei indicou o técnico para ser o consultor de alta performance da CBHG e ele lamenta que as maiores dificuldades são a falta de campos específicos e a demora para a liberação de verbas, que também são insuficientes. "Eu realmente acredito que em um país com 200 milhões de habitantes é possível ser protagonista a nível mundial além de futebol e vôlei."Um outro ponto importante para a vinda de treinadores de renome é que, em alguns esportes de julgamentos subjetivos, como ginástica, saltos ornamentais e nado sincronizado, o currículo dos profissionais tem um peso importante. A canadense Leslie Sproule, por exemplo, ajudou a treinar a dupla Lara e Nayara para os Jogos de Londres. A técnica chinesa Yu Fen está trabalhando com a equipe de saltos ornamentais. Na hora das notas, quando os juízes olham para os atletas e percebem treinadores conceituados ao lado, isso ajuda nas avaliações. "A participação de treinadores qualificados no processo de preparação de atletas e equipes é condição básica e fundamental para o sucesso de uma campanha em competições como Jogos Olímpicos, Mundiais e Pan-Americanos", afirma Marcus Vinicius Freire. Ele lembra que a contratação desses profissionais é feita sempre com base na análise das necessidades específicas de cada modalidade. "Procuramos trazer treinadores experientes e que venham de países com tradição em esportes que necessitem de desenvolvimento no Brasil. Geralmente referências em seus países, esses profissionais têm a missão de agregar qualidade ao esporte nacional e ainda transferir conhecimentos para seus pares nacionais."O Brasil foi buscar técnico da Nova Zelândia no rúgbi, romeno no levantamento de peso, ucraniano no atletismo, italiano na esgrima, búlgaro nas lutas e por aí vai. Os nomes mais emblemáticos são os do argentino Rubén Magnano, do basquete, e do dinamarquês Morten Soubak, do handebol. Ambos vêm fazendo um trabalho excelente. "Nosso objetivo é deixar uma base sólida para que o trabalho continue sendo desenvolvido da mesma forma e que possamos manter o mesmo patamar de resultados em 2020, 2024 e assim por diante", conclui Marcus Vinicius.

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