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Brasileiros ficam abatidos

Maioria, no entanto, aprova o cancelamento da prova

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Por Glenda Carqueijo
Atualização:

A notícia do cancelamento do Rali Dacar foi recebida com tristeza pelos dez brasileiros que disputariam a prova. Os pilotos concordaram com a medida, com exceção de João Franciosi, que estrearia na competição na categoria carros. "Estou muito para baixo. Dava para mudar algumas especiais (etapas) na Mauritânia. A organização deveria ter pensado nisso antes. Fizeram tempestade em copo d?água", desabafa o campeão do Rali dos Sertões de 2006. Além de não estrear no Rali Dacar, a frustração de Franciosi e de outros pilotos também pode ser explicada pelo alto investimento das equipes. Para um competidor mediano - aquele que vai correr de carro apenas para completar a prova, chegando no máximo na 30ª posição - o gasto é de R$ 1 milhão, com aluguel do carro e outras despesas do veículo. Na categoria motos, o atleta que não figura entre os top vai gastar, por baixo, R$ 180 mil - neste caso, já incluindo a moto. Com um caminhão, os custos chegam a R$ 600 mil. As despesas das equipes de ponta ultrapassam em muito esses valores. O experiente André Azevedo, piloto de caminhão, que faria sua 21ª participação na prova, diz que "todos estão abatidos". Lamenta pelos novatos, mas apóia a decisão. "Foi uma medida drástica, mas positiva porque a segurança de milhares de pessoas estava em jogo", disse o piloto, que já viveu momentos difíceis na prova. "Em 1991, um piloto de caminhão foi morto por uma rajada de metralhadora, no Mali; em 1995, um motociclista passou sobre uma mina; em 1999, houve um arrastão no deserto; em 2000, cinco dias de paralisação por tensões em alguns países." Paulo Nobre, o Palmeirinha, que competiria pela terceira vez na categoria carros, observou que "cancelar toda a prova era algo que nunca tinha passado pela minha cabeça. A ficha ainda não caiu."

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