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Brawn coordena o projeto. Resultado: o carro nasce veloz

Engenheiro inglês é um dos maiores responsáveis pela eficiência no início da nova Honda

Por Livio Oricchio
Atualização:

Quem ganha na Fórmula 1 é, em essência, a tecnologia, não o homem. Muita gente pensa assim. A cada temporada os novos avanços incorporados aos carros parecem reduzir a importância do ser humano no resultado final da competição. Mas a questão proposta pelos que veem de forma distinta é: quem concebe essas máquinas se não um grupo de técnicos? Encerrado o teste coletivo de Barcelona, quinta-feira, o tema voltou à tona com força total. Tudo porque, pela primeira vez desde que se transferiu da Ferrari para a Honda, no fim de 2007, o engenheiro inglês Ross Brawn coordenou o projeto do time que agora leva seu nome e o carro dá sinais de ser o mais rápido da Fórmula 1. A Honda reestreou no Mundial em 2006 e não conseguiu até ano passado, quando encerrou suas atividades na disputa, resultados compatíveis com o nível de investimentos. O da sua última temporada tornou-se público: US$ 386 milhões. Em 2008, conquistou apenas 14 pontos, nona colocada entre os construtores, diante de 172 da Ferrari, a campeã. E basicamente o projeto que seria seu este ano, embora equipado com motor Mercedes em vez do V-8 japonês, está causando pela eficiência até preocupação em organizações como Ferrari e McLaren, as duas que lutaram pelo último título. Qual a principal variável nessa trajetória da Honda do campeonato do ano passado para agora, já com o nome de Brawn GP e de perspectiva tão diferente de 2008? Resposta: a presença firme de um técnico vencedor como Ross Brawn na definição do projeto do BGP 001. O piloto de maior sucesso na Fórmula 1, Michael Schumacher, costumava retribuir os elogios de Ross Brawn na época de Ferrari - conquistaram juntos os títulos de 2000 a 2004 seguidos - com uma frase: "The ultimate engineer" que poderia ser traduzido como o "O máximo dos engenheiros." Ross Brawn interferiu na concepção dos carros da escuderia italiana, na produção e depois desenvolvimento, além de ser o estrategista durante as corridas. "Nós não vimos o dedo do Ross Brawn na Honda, ano passado, porque quando ele foi contratado, no fim de 2007, o modelo de 2008 já estava pronto", explicou Rubinho depois de ser o mais veloz em Barcelona. "Após a corrida de Mônaco, ao compreender que o carro era equivocado, passou a concentrar sua atenção nesse modelo que agora consegue ser muito rápido." Aos 54 anos, nascido em Manchester e ex-mecânico da Williams no fim da década de 70, Ross Brawn é uma unanimidade na Fórmula 1. Foi com ele na direção técnica que a Benetton chegou aos títulos de 1994 e 1995, também com Schumacher. Em Barcelona, quinta-feira, falando em nome de sua equipe pela primeira vez, esse frio técnico afirmou sem demonstrar surpresa: "Nosso carro está se comportando conforme esperávamos." NÚMEROS MARCANTES 5 dias foi quanto a Brawn GP treinou até agora 3 vezes a equipe ficou em primeiro 2 ocasiões Rubinho liderou

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