PUBLICIDADE

Publicidade

Brawn é o carro. Button, o cara.

Grand Prix

Por Reginaldo Leme
Atualização:

Esperando que a FIA e as equipes de Fórmula 1 tenham encontrado o caminho da paz, através da intermediação da Mercedes-Benz, e a inscrição de todas elas no Mundial do ano que vem seja confirmada hoje, a gente já pode voltar a pensar apenas no que está ocorrendo dentro das pistas. Poder esquecer o lado político do esporte é sempre bom. Mas no fim de semana do GP de Mônaco foi o que prevaleceu, até que Jenson Button tomou conta da corrida mostrando que o carro da Brawn GP não tem limites. Em pistas velozes, pistas lentas, asfalto seco ou molhado e, agora, até em circuitos de rua, ele continua sendo o melhor, da mesma forma como começou o campeonato. Antes de Button, apenas quatro pilotos tinham conseguido marcar cinco vitórias nas seis primeiras corridas da temporada: Jim Clark (1965), Jackie Stewart (1969), Nigel Mansell (1992) e Michael Schumacher (1994, 2002 e 2004). E todos eles terminaram o ano como campeão. Há muito ainda pela frente, mas a possibilidade de Button só ter o companheiro Barrichello como rival na briga pelo título é grande. Sebastian Vettel, o único além de Button com vitória no ano, está 28 pontos atrás; seu companheiro na Red Bull, Mark Webber, 31,5. Dos campeões em atividade, Alonso já está 40 pontos atrás, Kimi Raikkonen e Lewis Hamilton, 42 e Felipe Massa, apontado no início do ano como favorito, vê a distância de 43 pontos para o líder como algo irrecuperável. A corrida de Mônaco deixou claro que a Ferrari, finalmente, ressurgiu. Até então, as únicas equipes presentes nos pódios tinham sido Brawn, Red Bull e Toyota. Isso abre a perspectiva de Felipe Massa lutar pela quarta vitória seguida no GP da Turquia, dia 7, em Istambul. Aliás, os únicos pilotos que ganharam a prova foram ele e seu companheiro, Kimi Raikkonen, em 2005. A McLaren decepcionou em Mônaco, mas já vinha mostrando sua força em corridas anteriores. E a Renault, a passos mais lentos, também está evoluindo. Button odeia quando a imprensa inglesa quer saber dele o que significaria o título de campeão, mas ele e Ross Brawn veem com alegria a evolução de outros carros porque, quanto mais pilotos dividirem os pontos em disputa daqui para a frente, melhor para eles. Quando se tem um carro confiável, o resultado está mais nas mãos do piloto. E Button, no décimo ano de F-1, parece estar no auge da carreira. Em 78 voltas de corrida na complicada pista de Mônaco, ele não passou um único susto. E, graças à manobra espetacular de Barrichello na largada, ultrapassando Raikkonen, os dois levaram a Brawn a uma dobradinha que é mais uma conquista histórica da equipe inglesa neste seu primeiro ano de vida. Em 67 anos de história deste GP, apenas Ferrari, McLaren e Lotus tinham no currículo dobradinha em Monaco. O momento é da equipe Brawn, que já nem briga para manter seus patrocinadores. A Virgin, que tinha contrato até a Espanha, ainda não disse se vai continuar, mas já apareceu interesse da Google. Está tudo dando certo para Brawn e Button. Mas o cara da semana é Helinho Castro Neves. Algumas semanas atrás, Helinho, acusado de sonegação fiscal, enfrentava os piores momentos de sua vida, lutando para escapar da prisão nos EUA. Inocentado no julgamento, ele disse que estaria iniciando uma nova vida, voltou a correr na Penske e, agora, chega à sua terceira vitória nas "500 Milhas de Indianápolis". Uma verdadeira história de cinema !

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.