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Bye, bye, Neymar

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Por Eduardo Maluf
Atualização:

Neymar estreou sob o comando de Felipão com o mesmo futebol dos tempos de Mano Menezes na seleção. Tem lampejos do craque que é no Santos, mas um poder de decisão bem inferior ao que estamos acostumados a ver nos campos do Brasil. Com a camisa verde e amarela, o jovem atacante está longe de ser medíocre, mas também não desequilibra.Nos últimos dias, Rivaldo foi mais um a manifestar-se favoravelmente à transferência do jogador para a Europa. Opinião de quem tem currículo notável e total isenção. Uma eventual saída de Neymar seria ruim para nossos campeonatos, carentes de figuras carismáticas e nomes que levam milhares de fãs aos estádios. Péssima para o Santos, que hoje depende demais de sua genialidade, como pudemos ver mais uma vez anteontem, no empate contra o Linense.Quem torce por seu crescimento profissional, contudo, deve sugerir-lhe que deixe o País já no meio deste ano, quando a janela europeia de transações for novamente aberta. Barcelona, Chelsea, Real Madrid, Manchester... Não importa tanto qual o destino. O fundamental é que tenha contato com um estilo diferente de jogo, mais tático, com marcação rígida dos defensores e menos espaço.O Neymar do Santos é o mesmo que atua na seleção. O que muda, principalmente, são seus adversários. Claro que os companheiros são outros, o esquema nem sempre é igual, mas a principal razão para que seu futebol caia é a forma com que o marcam. Foram raros seus dribles bem-sucedidos contra a Inglaterra, na derrota por 2 a 1, em Wembley. As oportunidades de concluir a gol quase não apareceram.Seu talento é suficiente para levá-lo ao estrelato também em competições do Velho Continente. Falta-lhe, no entanto, rodagem, convivência com modelos distintos de futebol. Enfrentar times do interior paulista e das fases iniciais da Copa do Brasil não lhe acrescenta nada. O Brasileirão e a Libertadores são desafios maiores, mas que Neymar já superou.Sou contrário, como muita gente, à saída prematura de atletas para o exterior. Primeiro é preciso batalhar por aqui, crescer e disputar títulos. Sua juventude poderia recomendar uma permanência maior na América do Sul. Mas Neymar é hoje um senhor de 21 anos. Ganhou Taça Libertadores, Copa do Brasil, Paulistão, foi artilheiro de alguns torneios, é o líder inconteste do Santos, participou de Olimpíada e Copa América.A paixão por seu futebol tenta nos impedir de dizer: "Vá, garoto". Mas não podemos mais ser egoístas a ponto de querer segurá-lo aqui - embora esse seja o papel da diretoria santista. Ele é diferente de Robinho, que brilhou no Brasil e não passou de mediano no Real, no Manchester City e no Milan.Um ano de experiência na Europa, antes do Mundial de 2014, certamente daria um Neymar ainda melhor para nossa cambaleante seleção. Seu dom com a bola nos pés é seguramente o principal motivo para termos alguma esperança na conquista do hexa.

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