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Caldeirão santista faz a diferença

Santos aposta na Vila Belmiro e o apoio da torcida fez a equipe ignorar o cansaço de jogos decisivos

Por Bruno Deiro , Fábio Hecico e Sanches Filho
Atualização:

SANTOSO Santos abriu mão de maior renda no Pacaembu para apostar na força da Vila Belmiro. E não se arrependeu. O bicampeonato paulista veio num decisão tensa, em que o caldeirão santista fez o time de Muricy Ramalho esquecer o cansaço. O duelo com o Corinthians, no entanto, bastante equilibrado nos dois jogos, foi decidido por lances inusitados.Na vitória por 2 a 1, o santista Arouca, festejado pelo reforço que deu à zaga, foi ao ataque para marcar seu primeiro gol pelo clube. Na etapa final, o time da Vila ampliou com Neymar em falha primária do corintiano Júlio César, que havia brilhado na semifinal contra o Palmeiras. No fim, apesar do gol de Morais, também em falha do goleiro santista Rafael, foi feita justiça após o grande número de gols perdidos pela equipe de Muricy Ramalho, numa tarde em que até Neymar esteve com a pontaria pouco afiada.A disputa entre o santista Elano e o corintiano Liedson pela artilharia tampouco mostrou inspiração. Os dois tiveram atuação abaixo da média e terminaram igualados na tabela, com 11 gols marcados. Após a conquista de ontem, o time santista mal terá tempo para festejar. Na quarta, recebe o Once Caldas no Pacaembu, pelo jogo de volta das quartas de final da Libertadores. "Só dá tempo de dar beijo na esposa e voltar para a concentração", brincou Muricy. Equilíbrio. Desgastado pela maratona de jogos, o Santos quis matar o clássico no primeiro tempo e por pouco não conseguiu. Abriu o placar aos 16 minutos, com Arouca, em chute de dentro da área. O próprio volante, que nunca havia marcado pelo time da Vila, quase ampliou com um golaço - pegou rebote de primeira pelo alto na entrada da área e a bola foi na trave.O Corinthians, acuado, parecia assustado com a agressividade santista. Neymar, cara a cara com Júlio César, chutou em cima do goleiro e perdeu a chance de fazer o segundo. "Temos de ter inteligência e cautela, mas a equipe está bem na parte tática e temos de manter", disse Alan Patrick, que mais uma vez teve a tarefa de substituir Ganso. O camisa 10 temporário, porém, não teve sucesso na ligação com o ataque e errou nas finalizações.Melhor arrumado após o intervalo, o time corintiano voltou mais forte. Mesmo sem criar tantas oportunidades, a equipe de Tite jogou até o fim no campo do rival. Com Willian no lugar do apagado Dentinho, o time ganhou velocidade, mas teve de se expor.E foi em um contra-ataque pela esquerda que Neymar, bem marcado por Alessandro, conseguiu a arrancada que trouxe alívio ao Santos. Aos 38, ele entrou pela área e chutou fraco. Júlio César, com o campo molhado, não conseguiu segurar bola fácil e deixou entrar, lentamente. A torcida santista ainda comemorava nas arquibancadas quando Morais, dois minutos depois, diminuiu para o Corinthians, em bobeada da defesa rival. Nos minutos finais, cada lateral era comemorado e os avanços do Corinthians eram vaiados. O apito do árbitro deu início a uma bela festa no gramado e nas arquibancadas, com direito a provocação - uma faixa escrita "Centernada" foi exibida em campo por santistas para alfinetar os corintianos, que passaram em branco em 2010, no ano do centenário.

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