Publicidade

Campeã no Pan, Duda Amorim vai em busca do ouro olímpico antes da aposentadoria

Um dos principais nomes do handebol mundial planeja deixar a modalidade em 2021

PUBLICIDADE

Por Paulo Favero e enviado especial a Lima
Atualização:

Duda Amorim é o grande nome do Brasil no handebol. Atleta que é considerada uma das melhores do mundo há alguns anos liderou a seleção feminina na conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos, o sexto seguido da equipe, que também carimbou seu passaporte para a Olimpíada de Tóquio. Nesta entrevista ao Estado, ela revela a emoção da conquista e avisa que vai se aposentar em 2021, mas antes quer brigar pela única conquista que falta em sua carreira: o ouro olímpico.

No Pan de 2015, em Toronto, você estava retornando de lesão e não disputou a competição. Agora em Lima conquistou seu terceiro ouro no torneio. Qual a sensação? É bom estar de volta, é bom estar aqui. Eu sempre quero dar um resultado expressivo para o Brasil, e acho importante que eu esteja aqui para a gente fazer um bom trabalho no Mundial, para a gente entrosar cada vez mais. É um campeonato que a gente conseguiu pegar muita confiança para chegar melhor no Mundial, então estou muito feliz por estar de volta.

Duda Amorim já foi eleita melhor do mundo e é um dos principais nomes da seleção brasileira de handebol Foto: Juan Karita/AP

PUBLICIDADE

Como é ser uma das pontes dessa seleção entre a geração passada e a nova? É um processo muito natural para a gente. No início do ciclo as atletas que estão há mais tempo precisam ter um pouquinho mais de paciência até que as outras tenham essa confiança e se soltem. Eu acredito que nesse campeonato elas mostraram muito bem isso. Elas mostram respeito para as atletas que possuem mais liderança e elas também se soltam quando a gente dá o suporte para elas. Isso é importante, é preciso ter rotatividade no time, ainda mais para um campeonato como o Mundial, que será bem longo.

Você também teve momentos de tietagem das adversárias aqui no Pan. Está em um momento da carreira que se tornou ídolo de muita gente. Como lida com isso? É natural, não é uma coisa muito forçada. Acho que tem muita gente que acompanha minha carreira também no clube, é muito bom ser uma referência, um ícone. O fato de eu ter bastante resultados positivos e ter crescido muito na minha carreira faz com que mais atletas comecem a jogar e admirar. É muito legal receber esse carinho, como as meninas do Canadá, que vieram tirar fotos comigo.

Foi seu último Pan? A princípio, todo mundo fala que é muito difícil parar. Estou plnejando isso para daqui a dois anos. Então vamos ver se vou conseguir. Tenho mais um ano que quero estar com a seleção, quero parar depois da Olimpíada de Tóquio, e depois tenho mais um ano com meu clube. Vou estar com 34 anos, pretendo ter filhos, criar família, fiquei muito tempo em alto nível, vamos ver se consigo mesmo parar. É difícil, mas vamos tentar.

Você já ganhou o Mundial, o Pan, mas para ser campeã de tudo falta uma conquista... A medalha olímpica. Por isso que estou tentando inspirar as meninas de alguma maneira, para elas pensarem grande. Quando a gente ganhou o Mundial precerbemos a grandeza de um resultado desses tanto para o individual quanto para a seleção. Todas atletas depois do Mundial conseguiram contratos melhores, a gente conseguir facilitar a vinda de outras brasileiras para a Europa, então teve muita coisa positiva. A gente tenta mostrar para elas que trabalhando e se sacrificando um pouquinho mais a gente pode chegar lá também.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.