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Campeão do turno

Por Paulo Vinícius Coelho
Atualização:

Nas próximas duas semanas, Corinthians, Flamengo e São Paulo disputam o simbólico título do primeiro turno. Continua sendo apenas isso, um símbolo, mas o inédito empate na liderança entre os donos das duas maiores torcidas do país é um dos dois ingredientes que aumentam o sabor da disputa. O outro, os clássicos.O Corinthians recebe o Ceará hoje, visita o Atlético-MG na quarta-feira e, nos dois próximos domingos enfrenta Figueirense e Palmeiras. O Flamengo visita o Figueirense, recebe o Atlético-GO na quinta-feira, vai ao Beira-Rio jogar contra o Inter e, no domingo, 28, faz o clássico contra o Vasco.Dependendo dos próximos resultados, os de hoje incluídos, Flamengo e Corinthians podem disputar o título simbólico jogando contra seus mais tradicionais rivais, situação que pode se repetir na decisão do troféu definitivo, dia 3 de dezembro. Vale dizer que Vasco e Palmeiras, hoje quarto e quinto colocados, também estão na briga, mesmo mais distantes. E o São Paulo, terceiro colocado, outro que pode terminar o turno na liderança, não faz um clássico na última rodada, mas dois nos próximos dois domingos, contra Palmeiras e Santos, respectivamente.Há três semanas, quando o Corinthians abriu sete pontos de vantagem houve quem imaginasse que não apenas o turno, mas o campeonato estava se resolvendo. Não está.Hoje é tão claro que o Corinthians precisa de Liedson, quanto de alguém que pare Ronaldinho Gaúcho, autor do passe ou do chute final em oito dos onze últimos gols do Flamengo no Brasileirão.Assim como não é tão claro que o segundo turno será disputado pelas duas maiores torcidas, cabeça a cabeça. Eis outra diferença do Brasileirão para outros grandes campeonatos do mundo. Na Inglaterra, Espanha, Itália e Alemanha, o campeão do primeiro turno da temporada passada foi também o vencedor no final da campanha. Isso valeu para Manchester United, Barcelona, Milan e Borussia Dortmund. É raro um caso como o do Wolfsburg, nono colocado no primeiro turno alemão de 2009, campeão no final. No Brasil, o Grêmio foi campeão do primeiro turno em 2008 e vice-campeão no final. O Atlético-MG ganhou o turno de 2009 e acabou em sétimo lugar. No ano passado, na 19.ª rodada o líder era o Corinthians, terceiro colocado no final da competição.Mais um motivo para observar o São Paulo.Para ganhar o turno e o campeonato, o Corinthians precisa recuperar o faro de gol que desapareceu nos últimos cinco jogos, período em que só venceu uma partida, contra o lanterna América-MG. Quando liderava e tinha sete pontos de vantagem, o Corinthians tinha a melhor defesa, como hoje, mas possuía o melhor ataque, hoje do Flamengo. Bem-vindo, Liedson!A crise da seleção. Cada dia mais se diz que a seleção brasileira não comove o País. É a pura verdade... na vitória! Ganhar não parece ter a menor importância. Pouco se comentava se o Brasil de Dunga vencia amistosos contra a Argentina, a Itália e a Inglaterra. Mas na derrota!É verdade que o torcedor prefere seu clube à seleção. Sempre foi assim. Em 1958, a torcida paulista foi ao Pacaembu gritar Corinthians, que disputava amistoso contra o Brasil. Em 1969, a torcida do Atlético-MG fez o mesmo contra a seleção, no Mineirão. A diferença é que a torcida queria o jogador do seu clube com a camisa amarela e o defendia, mesmo na crise. O que dá sinal de que há um resquício de amor pela seleção é o ódio na derrota. E como não há o jogador do seu time, todas as torcidas se juntam para o linchamento público e definitivo. Se a seleção da CBF não tem importância, por que só se falou dela por dois dias, depois da derrota para a Alemanha?O que falta ao time não é um bom técnico, nem bons jogadores. Falta alguém na parte ofensiva da equipe que ensine o caminho para Neymar, Pato e Ganso - quando jogar. Como Ronaldinho está jogando no ataque, esse alguém é Kaká.

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