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Canais de esporte "escalam" lives, skype e streaming na luta contra a pandemia

Segundo ex-diretor da TV Globo, situação global 'forçou os canais de televisão a fazerem um teste na marra do que vai ser o futuro'

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Por Wilson Baldini
Atualização:

O futebol brasileiro tenta voltar aos gramados, sem torcida e com diversas recomendações sanitárias. Da mesma forma, as transmissão de TV e programas esportivos também precisam se adaptar ao momento de pandemia do novo coronavírus. Hoje, os principais programas nos canais de esporte são realizados através de videoconferência, utilizando o que mais moderno existe na tecnologia. 

Com 37 anos de TV Globo, onde desempenhou as funções de gerente de eventos esportivos, editor e editor executivo, Sidney Daguano afirmou que o atual momento de isolamento "forçou os canais de televisão a fazerem um teste na marra do que vai ser o futuro"."O digital está sendo uma solução para essa momento. As tvs estão permitindo o uso de algo que não tem uma qualidade de imagem ideal para atender a necessidade do telespectador."

Canais de esporte "escalam" lives, skype e streaming na luta contra a pandemia. Foto: Friso Gentsch/EFE

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Segundo Daguano, nos dias atuais o telespectador aceita uma imagem desfocada, ruidosa, com falta de sincronismo do áudio com imagem, que são feitas em lives e pelo skype, assim como são aceitos os registros amadores de incêndios ou quedas de avião. "Mas "televisão é imagem. Por isso os programas de auditório ou de entrevista tem todo o cuidado com a produção dos estúdios. A pessoa que está em casa precisa se sentir confortável com o que está vendo na tela."

Denis Gavazzi, diretor executivo do Bandsports, pensa de forma semelhante e aponta para a facilidade que a tecnologia trouxe para os trabalhos que são feitos externamente. "As pessoas adotaram a tecnologia como parte de suas vidas e jornalisticamente isso ajudou demais os canais de televisão. Há cinco ou seis anos, não se aceitava streaming, apenas para matérias rápidas. Mas agora é muito mais fácil e rápido, por exemplo, para a cobertura de um treino. Uma pessoa sozinha faz todo o trabalho de entrevista e reportagem, enquanto antes era preciso uma equipe, com câmera, assistente e operador de externas."

A tecnologia, segundo Gavazzi, mostrou aos canais a possibilidade de muitos trabalhos serem feitos de novas maneiras. "Com a pandemia, surgiu a possibilidade de entrevistar as pessoas em casa. Usando o skype, entrou uma vez, duas vezes, tá dando informação, fazendo entrevista, é o que importa. Agora temos programas com apresentadores de casa. As Tvs acharam uma alternativa em um momento de reclusão total."

Tanto Daguano quanto Gavazzi concordam que esta tecnologia em época de pandemia veio para se instalar no dia a dia das pessoas, mas eles possuem opiniões diferentes quando se pensa no futuro próximo. "Dificilmente isso deixará de ser usado. O Bandsports já usava há algum tempo e os outros canais vão passar a usar também com mais frequência. Você perde um pouco da qualidade de imagem, mas ganha muito em jornalismo. A informação vem mais rápida. A tecnologia é fundamental. Daqui um ano, um ano e meio, teremos streaming e skype em alta definição sem variar ou granular imagem, com grande qualidade do link pelo laptop", disse o diretor do Bandsports.

"Quando surgiu a internet, muita gente dizia ser o fim da TV, mas pesquisas mostraram que o telespectador exige qualidade na imagem, o que não permitia que esse futuro radiante seja tão rápido. O dia que a tecnologia conseguir dar a qualidade de imagem que o satélite e o cabo conseguem dar para a televisã digital, aí a televisão vai acabar, mas isso ainda não vai ser amanhã", disse Daguano, que aponta para um outro fator. "As pessoas ainda são muito atraídas pela tela grande para ver um jogo de futebol ou um espetáculo."

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