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Candidatas em fogo cruzado

Finalistas abandonam fair-play e partem para ataques mútuos

Por Jamil Chade
Atualização:

As cidades candidatas a receber os Jogos de 2016 estão em fogo cruzado. Ontem, quase cem membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) que escolherão a futura sede sabatinaram em Lausanne as quatro finalistas: Rio, Chicago, Madri e Tóquio. Cada apresentação foi meticulosamente preparada. Mas, nos bastidores, a guerra foi declarada, a três meses da decisão. Até aplausos foram disputados, enquanto representantes das candidaturas admitiam o clima de tensão. O prefeito de Chicago, Richard Daley, foi o primeiro a abandonar os bons modos. Em sua avaliação, a violência no Rio impressiona. "O governo precisa reconhecer que as favelas existem e lidar com elas para que se tenha uma solução", disse Daley, que esteve no Rio em 2007 para o Pan-Americano. O chefe da candidatura de Tóquio, Ichiro Kono, também mandou recado ao falar do baixíssimo índice de violência em sua cidade. "Temos menos de dois assaltos por dia e quatro incidentes com armas por ano. É mais segura", afirmou. A comitiva brasileira festejou o fato de que, na sala de apresentações do COI, ninguém questionou a cidade sobre a violência. O Rio havia optado por falar do assunto antes mesmo das perguntas. "O Rio está pronto em termos de segurança. Não temos problemas nem com vizinhos nem de terrorismo'', comparou o governador Sérgio Cabral. "Não há segurança em nenhum lugar do mundo", disse Mario Pescante, membro italiano do COI e que votará em 3 de outubro. Outro tema polêmico entre os candidatos foi a Copa no Brasil em 2014. O COI quis saber do Rio como planejava preparar-se para ambos os eventos. Há duas preocupações: a primeira é o nível de entusiasmo do Brasil de realizar os Jogos, depois de sediar o Mundial. Outra está relacionada com a capacidade de o Brasil obter patrocinadores em curto espaço de tempo para as duas manifestações esportivas. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, acha que vai ajudar, pois a infraestrutura já estará pronta. Na delegação brasileira, o clima era de vitória. "Foi sensacional", afirmou Paes, fazendo o sinal de vitória. No comunicado oficial, o Rio anunciava que tinha sido o mais aplaudido. "As demais cidades finalistas não receberam a mesma empolgação da plateia. Foram aplaudidas timidamente no final."

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