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Canoas caiçaras dão o tom na Ecomotion

Verdadeira atividade artesanal na costa baiana, as embarcações foram emprestadas pelos nativos de Barra Grande. A equipe norte-americana Epinephrine saiu na frente e se manteve em primeiro até as proximidades da primeira transição.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Já houve corrida de aventura em que os competidores receberam apenas a madeira e tiveram de construir suas próprias canoas. Os participantes da Ecomotion foram liberados deste trabalho, até porque ainda haveria muito ´perrengue´ pela frente: 32,5 km remando (ou empurrando as embarcações, onde a maré estava baixa) só até a primeira transição (de um total de 23), onde começaria o trekking (o primeiro trecho de um total de 107,5km). Canoas caiçaras deram a largada da prova desta segunda-feira, na cidade de Barra Grande, na Bahia. Canoas que são uma verdadeira atividade artesanal nesta região da costa baiana e foram emprestadas pelos nativos. Exatamente pelo aspecto artesanal elas provocaram uma intensa disputa na noite anterior, porque as equipes queriam escolher as melhores. Varia o tamanho, o peso, a idade, a madeira utilizada, a qualidade da manufatura. Tudo. Ao contrário das demais provas de canoagem, em que os competidores recebem o mesmo equipamento, diferenciando-se apenas pelos remos. As embarcações tinham uma vela, que podia ficar aberta ou fechada. Fora isso, consiste basicamente de um tronco oco, com comprimento de 4 a 5 metros. A árvore utilizada pode ser oiticica, vinhático, genipapo, jaqueira, várias delas, informam os caiçaras Edivaldo Andrade, de 19 anos, e Ciro Bonfim, 40. "Pra fazer canoa tem que ter muito golpe de vista", diz Edivaldo. Ele mesmo não tem, mas Ciro tem. "Trabalho com barco, canoa. Primeiro você tem que ir pro mato e jogar o pau embaixo. Aí xaboca e traz para o profissional" Xabocar é dar o primeiro trato, extraindo a parte central do tronco. Quando a canoa fica ruim, diz-se que ficou "xabocada". "Xabocada" mesmo ficou a equipe carioca Xavantes. Um dos helicópteros chegou tão próximo para registrar imagens que fez a canoa virar. Os atletas acenaram desesperadamente para que a aeronave não se aproximasse tanto, mas foram parar na água mesmo assim. A ventania provocada arrancou também o mastro das bandeiras dos patrocinadores na escuna da imprensa. Em termos de resultado, deu o previsto no começo da corrida: gringos na frente. A equipe norte-americana Epinephrine saiu na frente e se manteve em primeiro até as proximidades da primeira transição. Em segundo vinham os neozelandeses da Sportzhub, seguidos pelos brasileiros das equipes Quasar Lontra, Sequóia e Lobo Guará.

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