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Capitão levanta a taça e desabafa

Título serve de motivação a Lúcio, que está fora dos planos do Bayern

Por Silvio Barsetti , Luiz Antônio Prosperi e JOHANNESBURGO
Atualização:

O choro do capitão Lúcio, assim que a decisão da Copa das Confederações terminou, no Ellis Park Stadium, era uma mistura de alegria e desabafo. Ele guardara para si um comunicado de dispensa recebido do Bayern de Munique, clube pelo qual vestiu a camisa por cinco anos. O título soou como uma resposta ao desinteresse dos dirigentes alemães. "Por tudo que passei nos últimos dias, merecia essa conquista." Pouco depois do encerramento da partida, jogadores e comissão técnica se reuniram no gramado e, numa roda, rezaram o Pai Nosso e a Ave Maria. Quem puxou as orações foi o capitão, autor também de algumas palavras que levaram os demais às lágrimas. "Mesmo nos momentos mais difíceis (quando os EUA venciam por 2 a 0), eu pensava: ?Não é possível, Senhor, que isso aconteça, isso não é possível?. E graças à garra de todos nós e a ajuda de Deus, nós conseguimos." Esse foi um trecho do rápido discurso do capitão, abraçado aos colegas no gramado, segundo relato da assessoria de imprensa da CBF. Depois, na entrevista, com mais calma, embora ainda emocionado, Lúcio ressaltou que o "segredo" do time é a humildade. "Não entramos com arrogância, sabíamos que seria difícil vencer os EUA." Sobre o gol de cabeça, o do título, disse que vinha tentando nos últimos jogos e que estava na hora de ser premiado. "O melhor momento para fazer o gol estava reservado." Com duas medalhas no peito, a de campeão e de artilheiro do torneio, o atacante Luís Fabiano destacou a "coletividade" do grupo e afirmou que a seleção conseguiu na África do Sul harmonizar um elenco de 23 atletas. "Todos se dedicaram, acreditaram no trabalho e que era possível." Ele contou que estava duplamente feliz, por ter também cumprido a promessa, "ou o desejo", de ser o artilheiro da Copa com média de um gol por partida. "Claro que isso não seria importante se o Brasil não conquistasse o título." Luís Fabiano garantiu que manteve o otimismo na virada mesmo depois de os EUA marcarem 2 a 0. "Tomamos um susto, mas nunca deixei de acreditar." O atacante disse que agora espera ser tratado com mais respeito por clubes de ponta da Europa, numa declaração que põe em xeque seu futuro no Sevilla. De qualquer forma, realçou, vai descansar nos próximos dias e comemorar o título. Eleito pela Fifa como o melhor da Copa, Kaká disse que no final do primeiro tempo, com a desvantagem do Brasil no placar, chegou a ficar abalado. Mas, no intervalo, ele mesmo repetiu uma frase famosa da campanha do atual presidente dos EUA, Barack Obama. "Eu disse: ?Yes, we can.? E os outros também falaram e deu certo."

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