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Casamayor chama Popó de covarde

"O Popó é muito ?ratón?, um covarde, porque disse que vai me nocautear em dois assaltos," disse Joel Casamayor, que vai enfrentar o brasileiro em janeiro.

Por Agencia Estado
Atualização:

Não é preciso insistir para ouvir do pugilista cubano Joel Casamayor algumas provocações e demonstrações de rancor em relação ao brasileiro Acelino "Popó" de Freitas, seu próximo adversário. Em 12 de janeiro, os dois superpenas se enfrentam em Las Vegas pela esperada unificação dos cinturões da Associação Mundial de Boxe (Casamayor) e da Organização Mundial de Boxe (Popó). Alguns segundos de conversa - enquanto aguardava a hora de embarcar para Las Vegas, onde a luta foi lançada oficialmente nesta terça-feira - e Casamayor começa a disparar: "O Popó é muito ?ratón?, um covarde, porque disse que vai me nocautear em dois assaltos." Segundo ele, Popó deu esse depoimento otimista recentemente, nos Estados Unidos. Em português, "covarde" não seria o termo mais adequado para a situação. Mas Casamayor parece saber bem o que está dizendo, ao lembrar que Popó venceu seu último adversário, o ganês Alfred Kotey, apenas por pontos (foi a 30ª vitória em 30 lutas, mas a primeira em que não nocauteou o oponente). "Ele (Kotey) estava há um ano sem lutar", diz o cubano, também invicto, com 26 vitórias. "O Popó está louco. Pensa que vai ser fácil, mas não vai. É inútil ficar falando." Casamayor não revela a estratégia para derrubar Popó: "É uma carta escondida." Diz apenas que está seguindo seu ritmo normal de treinos, com duas horas de corrida pela manhã e cerca de quatro horas de boxe (das 13h às 17h) à tarde. A bolsa que vai receber também afirma desconhecer: "Neste momento, o que importa é ganhar dele." Prevista inicialmente para San Diego, na Califórnia, a luta foi transferida para Las Vegas, a meca do boxe norte-americano e mundial. O cubano afirma que o lugar não importa: "Pode ser no Brasil, no Japão, na China, onde ele quiser." A luta já teve vários adiamentos. No começo do ano, os promotores dos dois pugilistas tinham marcado para 5 de maio um programa em que os dois lutariam contra desconhecidos, para serem "apresentados" ao público, gerando expectativa para o duelo entre ambos. Popó acabou desistindo, alegando depressão por causa do fim do namoro com Eliana Guimarães (na verdade, estava acima do peso), agora sua mulher. A luta entre os dois foi marcada para agosto e depois novembro, mas foi não realizada porque Popó brigou com os antigos empresários da Oficina de Idéias e com o ex-técnico Luiz Carlos Dórea - hoje, tem como empresário Oscar Suarez e como técnico Arthur Pellulo. "Agora, está tudo marcado. Não há desculpa", esbraveja o cubano, que vive em Miami há cinco anos, período no qual não esteve em Cuba, mas continua se sentindo "cubano 100%", embora não goste do sistema comunista e do comandante Fidel Castro: "Nunca falei com ele e nem quero." Embora não tenha prometido vitória e tenha dito apenas que vai fazer o seu melhor, Casamayor já deu declarações mais otimistas, mais ao estilo dos boxeadores. Logo após vencer o norte-americano Joe Morales, na mesma noite em que Popó venceu Kotey, o cubano afirmou: "Acho que vai ser uma luta dura, mas estarei preparado e vou vencê-la. Não vejo a hora." Sobre ter enfrentado adversários melhores que o brasileiro durante a carreira, confirma que isso lhe dá uma "grande vantagem". Diz também que tem "mais de 300 lutas" como amador e que já viu várias fitas de vídeo com lutas de Popó, cujo estilo conhece bem.

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