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CBF ignora crítica de Ronaldo ao ''circo'' de 2006

Craque diz que ambiente festivo de Weggis prejudicou a preparação

Por Silvio Barsetti e RIO
Atualização:

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não quis rebater as declarações do atacante Ronaldo sobre as atividades da seleção pouco antes da Copa de 2006. O atleta, atualmente sem clube, disse no programa Bem Amigos, do SporTV, na noite de segunda-feira, que a preparação foi "um circo". Ele reclamou do período de aclimatação na cidade de Weggis, na Suíça, quando os treinos eram abertos ao público. "Tínhamos treinos de dia e de tarde com 15 mil pessoas gritando no nosso ouvido, uma festa", afirmou. "Nós assumimos nossa culpa (pelo fracasso na competição), mas é fácil todo mundo falar que a culpa foi só dos jogadores", prosseguiu. "Não vi ninguém falar que a preparação foi uma droga, um circo." De acordo com a CBF, Ronaldo expressou "legitimamente" sua opinião a respeito dos dias em que a seleção ficou em Weggis. A cúpula da entidade fez um mea-culpa logo depois do Mundial e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, decidiu cortar algumas atribuições antes a cargo do secretário-geral Marco Antonio Teixeira e do supervisor Américo Faria. Foram eles que definiram os detalhes da estada do Brasil em Weggis - de 22 de maio a 3 de junho de 2006. Ao afirmar, no entanto, que a preparação do Brasil para aquele Mundial "foi um circo", Ronaldo não fez menção a seu peso nos dias que antecederam a estréia da equipe. Ele se apresentou com quase 100 quilos, muito acima do peso ideal. Ronaldo cometeu outro exagero ao dizer que "15 mil pessoas" gritavam a cada treino. O local reservado para a seleção tinha capacidade para abrigar 5 mil torcedores. Ao redor do centro de treinamento de Weggis, também havia um ambiente de festa e espetáculo. Em julho de 2007, num desabafo pouco habitual, Ricardo Teixeira revelou ao repórter Jamil Chade, do Estado, alguns dos motivos que teriam levado ao insucesso da seleção. Sem citar nomes, em conversa num lobby de hotel em Zurique, ele acusou alguns atletas de até chegarem "bêbados" à concentração, ao se reapresentarem após as folgas. "Tinha jogador que chegava entre 4 e 6 horas da manhã, bêbado", afirmara. Nos corredores da CBF circula uma informação, não confirmada, e que teria sido passada por um dos convocados em 2006, de que um atleta da equipe atuou na estréia do Mundial da Alemanha ainda sob efeito de bebidas alcoólicas.

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