Cecília Araújo leva ouro nos 50m livre e acumula 2.º pódio em Mundial Paralímpico

Brasileira é mais de 3s mais rápida que a segunda colocada, a norte-americana Julia Gaffney

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Por Rafael Franco
Atualização:

Em uma das provas que fecharam a última manhã de disputas do Mundial Paralímpico de Natação, nesta quinta-feira, na Piscina Olímpica Francisco Marquez, na Cidade do México, a brasileira Cecília Araújo faturou a medalha de ouro dos 50 metros livre na classe S8 e alcançou o seu segundo pódio nesta edição do evento que será encerrado com as finais nesta noite.

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Cecília terminou na primeira posição ao marcar o tempo de 31s66, que foi mais de três segundos mais rápido do que o cravado pela norte-americana Julia Gaffney, prata com 34s69. Foi um inédito ouro para a nadadora potiguar de apenas 19 anos de idade, que no último domingo havia conquistado uma medalha de prata nos 100m costas, então sendo superada apenas pela norte-americana Jessica Long.

A nadadora Cecília Araújo durante o Mundial Paralímpico Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

Fenômeno da natação paralímpica, Long fechou nesta quinta a sua participação no Mundial como maior vencedora da competição, com oito ouros em oito provas - ficou à frente, inclusive, de André Brasil, que terminou sua campanha no evento mexicano com sete medalhas douradas e uma de prata.

Cecília é, por sinal, a sexta nadadora brasileira a assegurar lugar no pódio por pelo menos uma vez neste Mundial. As outras foram a cearense Edênia Garcia, a paulista Raquel Viel, a paranaense Beatriz Carneiro, a mineira Patrícia Santos e a potiguar Joana Neves.

Entre elas, Cecília e Raquel treinam juntas em Indaiatuba, no interior paulista, sendo que a mais nova medalhista de ouro do Brasil exalava felicidade ao comemorar o inédito ouro para a sua carreira. "Eu vim para o México com a expectativa de fazer o meu melhor e hoje o meu melhor me deu esta medalha de ouro", ressaltou Cecília, que vê o seu esforço como atleta paralímpica ser recompensado depois de começar a enfrentar desde muito cedo problemas de saúde.

Cecília sofreu com falta de oxigenação na hora do parto e teve paralisia cerebral, ficando com movimentos do lado esquerdo do corpo prejudicados. Por causa da intercorrência ocorrida já em seu nascimento, ela não falava e nem andava até os dois anos de idade. E a natação acabou entrando na sua vida porque realizou hidroterapia a partir dos quatro anos, antes de passar a se dedicar à modalidade e disputar a sua competição quando tinha dez anos.

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ELIMINATÓRIAS 

Em outras provas realizadas na manhã desta quinta, quatro nadadores brasileiros se garantiram em finais da noite ao avançarem nas eliminatórias. Um deles foi Talisson Glock, que se classificou com o quarto melhor tempo para a decisão dos 200m medley SM6.

Ruiter Gonçalves foi outro a assegurar lugar na luta por medalhas ao cronometrar a sétima e última marca mais rápida das baterias qualificatórias dos 400m livre na classe S9. Ele também foi à final dos 50m livre, também na S9, mas desta vez de forma menos apertada ao avançar na terceira posição entre os oito nadadores que participação da luta pelo pódio nesta prova.

Thomaz Matera, por sua vez, também cravou o terceiro melhor tempo das eliminatórias dos 100m livre S12 e será outro a brigar por medalha na noite desta quinta-feira. O mesmo vale para Felipe Caltran, que foi à final dos 100m borboleta com o quarta marca mais rápida.

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Já Beatriz Carneiro foi a última colocada das eliminatórias dos 100m borboleta de sua classe no feminino e ficou fora da luta por medalhas. O mesmo aconteceu com Talisson Glock e Luis Antônio na prova dos 50m livre na categoria S6 após terminarem respectivamente na 10ª e 11ª posições no qualificatório.

A última noite de finais do Mundial Paralímpico de Natação terá a sua programação aberta às 21 horas (de Brasília) desta quinta-feira e a sua última disputa por medalhas está marcada para ocorrer às 23h28, para quando está marcada a prova do revezamento 4x50m livre misto 20 pontos (soma dos números das classes dos nadadores).

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