Chefe da Interpol alerta para trapaças nas Olimpíadas

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Por MICHAEL HOLDEN
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Os Jogos Olímpicos estão em risco por causa de atletas trapaceando por ordem de sindicatos ilegais de apostas que tentam manipular resultados, afirmou o chefe da Interpol, Ronald Noble, na quinta-feira. O secretário-geral da agência internacional de polícia sediada na França disse que a recorrência de eventos esportivos manipulados sugerem que os Jogos Olímpicos também seriam alvo de círculos de apostas. "Eu tenho que acreditar que, já que está ocorrendo muito no futebol e em outros esportes, nós temos motivos para crer que há um risco de isto acontecer na Olimpíada", disse Noble aos repórteres em Londres. "O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) disse que ele e as Olimpíadas deveriam se preocupar com apostas irregulares ou ilegais que acontecem no contexto dos Jogos." O alerta de Noble ecoa o que o ministro Olímpico britânico, Hugh Robertson, disse este mês, que a integridade dos Jogos poderia ser destruída pela "enorme" ameaça daqueles que tentam manipular resultados. Isto provocou que a Betfair, maior empresa de apostas do mundo, aceitasse compartilhar informações com o COI em apostas potencialmente suspeitas. Noble afirmou que o maior problema eram competidores que arranjavam parte dos eventos. "O que vemos cada vez mais não é apenas o resultado, mas apostar em algo incomum que pode acontecer durante a própria competição", disse o chefe da Interpol. "Isso está se tornando a área em que a maioria das apostas é feita, ao invés dos resultados." Noble, que afirmou não haver conhecimento de que as Olimpíadas seriam alvo de ataques terroristas, disse que a Interpol mandaria uma equipe para Londres para ajudar as autoridades britânicas com a checagem de identidades daqueles que tentam entrar no país. A Ministra do Interior, Theresa May, disse em novembro passado que a Inglaterra nunca saberia exatamente quantos suspeitos de terrorismo entraram no país desde julho de 2011, quando oficiais da fronteira suspenderam algumas checagens em cidadão europeus. Noble elogiou o regime de fronteiras da Inglaterra, dizendo que era um dos poucos países que rotineiramente checa a base de dados da Interpol, que contém detalhes de 31 milhões de identidades fraudulentas. "O único problema que o Reino Unido parece ter é o número de pessoas nos postos de imigração."

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