Ciclismo: equipamento nacional ganha espaço

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Por Agencia Estado
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O ciclismo brasileiro não viu apenas o surgimento de bons atletas e equipes nos últimos anos. Também houve avanço da qualidade do equipamento nacional, que já pode fazer frente às peças fornecidas pelas fábricas estrangeiras. "Apenas 40% do nosso equipamento é feito no Brasil, mas há dois anos e meio, tudo era importado", disse Mauro Ribeiro, treinador da equipe Caloi/Extra/Suzano, patrocinada pela principal fabricante do setor. "Priorizamos a utilização do equipamento nacional, desde o uniforme dos ciclistas até os acessórios." Uma bicicleta de competição é formada, basicamente, pelo quadro, as rodas, o guidão, o celim, a caixa de transmissão e os freios. Apenas estes dois últimos itens ainda são predominantemente importados. "O aprimoramento das peças é muito complicado", disse Ribeiro. "Em 2003, trabalhamos quase o ano inteiro para desenvolver um quadro novo fabricado pela Caloi. Durante meses, testamos modelos intermediários, envolvendo projetistas, engenheiros e principalmente os ciclistas, que têm maiores condições de avaliar a qualidade e o rendimento do material." Semelhante ao que acontece na Fórmula-1, as peças de uma bicicleta de competição são feitas de uma liga de alumínio com carbono. Também existem alguns modelos fabricados com liga de titânio, mas o custo é extremamente alto, até para os padrões europeus. A maior diferença de uma bicicleta fabricada no Brasil e no exterior ainda é o peso: enquanto o equipamento importado pesa de 6,5 a 7 quilos, o nacional chega a 7,6 quilos. "Parece pouco, mas 600 gramas faz muita diferença no desempenho dos atletas?, disse Ribeiro. Um dos aspectos mais significativos da evolução técnica do equipamento nacional é o barateamento dos gastos para as equipes e até para o consumidor comum. A Team, bicicleta oficial de competição da Extra/Caloi, custa R$ 14 mil, sendo que réplicas poderão ser encontradas, em breve, por cerca de R$ 2 mil nas lojas. "Como ocorreu com a indústria automobilística, conseguiu-se quebrar o preconceito que havia com o produto nacional", afirmou Ribeiro. "Também graças à concorrência entre os fabricantes, as equipes podem melhorar cada vez mais sua estrutura."

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