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Circuito Mundial 2017: Brasil vai em busca da onda perfeita

Atletas nacionais querem retomar o título de campeão mundial numa caminhada que começa hoje e termina em dezembro no Havaí após 11 etapas

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Por Paulo Favero
Atualização:

A temporada 2017 do Circuito Mundial de Surfe começa nesta segunda-feira, às 18h (7h da manhã desta terça-feira na Austrália), em Gold Coast, quando nove brasileiros iniciam a caminhada na tentativa de trazer de volta o troféu de campeão para o País. Se em 2014 Gabriel Medina brilhou e em 2015 Adriano de Souza, o Mineirinho, conquistou sua taça, no ano passado o havaiano John John Florence tirou o Brasil do alto do pódio.

“Espero que esse ano eu consiga novamente entrar em conexão com o mundo da competição. Não que no ano passado não estivesse, mas a ressaca do título pesou bastante. Agora me sinto mais leve e tranquilo e a meta é ser campeão mundial novamente. Quero chegar em Pipeline, na última etapa, com chances de título. Esse vai ser meu foco no ano. Quero muito voltar a brigar por esse espaço e estou disposto a atingir esse objetivo”, avisa Mineirinho.

Gabriel Medina venceu o Circuito Mundial em 2015 Foto: Kelly Cestari/ WSL

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Ele é o veterano entre os brasileiros que vão atrás do título, com destaque ainda para Gabriel Medina e Filipe Toledo, dois surfistas talentosos e que devem brigar pelas primeiras posições. Além deles, representarão o Brasil os surfistas Italo Ferreira, Caio Ibelli, Wiggolly Dantas, Miguel Pupo, Jadson André e o estreante na elite Ian Gouveia, filho de Fabinho Gouveia, que foi campeão mundial amador em 1988 e que ajudou a abrir as portas na elite da modalidade para essa nova geração.

Serão 11 etapas no total, que somam pontos para o atleta durante a temporada. Os dois piores resultados são descartados, mas os brasileiros sabem que é muito importante começar bem a perna australiana do Circuito Mundial, ou seja, ter boa pontuação nos três primeiros eventos do ano: Gold Coast, Margaret River e Bells Beach. Para Gabriel Medina, o importante é ter bons resultados logo de cara. “Estou bem animado, concentrado, preparado e pronto para ir bem”, afirma.

Após o período de férias, quando ainda aproveitou para inaugurar o Instituto Gabriel Medina em Maresias, no litoral paulista, o surfista fez um treino físico em sua cidade e viajou para El Salvador para simular condições que poderá encontrar na Austrália. “Nosso plano é consertar os erros, melhorar o que já foi feito e surfar bem. Fiz uma ótima preparação física e agora tivemos um treino técnico nas ondas de direita em El Salvador. A expectativa é sempre de buscar o melhor”, diz.

Como Medina surfa com o pé direito na frente da prancha, quando as ondas vão para a direita ele fica de costas para a onda, o que nesta modalidade costuma ser mais difícil. É assim na primeira etapa do ano na praia de Snapper Rocks. “O back side dele é forte, rápido, está dentro do que estamos esperando. Um surfe vertical, forte e com velocidade, dentro do padrão. Nossa meta é pontuar bem neste começo”, explica Charles Saldanha, pai e técnico do atleta.

Já Mineirinho optou por fazer seu treinamento na meca do surfe e acha que está pronto para buscar o bicampeonato. “Minha preparação foi praticamente toda ela feita no Havaí. Acabou a temporada e eu fiquei lá, só saí para passar o réveillon e o carnaval com a minha esposa. Comecei o ano com o pé direito fazendo final em Pipeline ao ser o segundo no Pipe Pro e quero usar esse ritmo para fazer um ótimo ano de 2017”, avisa.

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A disputa tem tudo para ser equilibrada até porque alguns veteranos como Kelly Slater, 11 vezes campeão, e Mick Fanning, três, já avisaram que pretendem brigar até o fim da temporada. No ano passado, por exemplo, ambos optaram por não disputar todas as etapas.

Entre os surfistas da nova geração, destaque ainda para o havaiano John John Florence, que só pensa no bicampeonato. Ele é um dos favoritos ao título e deve ser um rival perigoso dos brasileiros. Além dele, é bom ficar de olho em Kolohe Andino, Jordy Smith, Julian Wilson e Owen Wright, que ficou mais de um ano em recuperação após bater a cabeça numa onda em Pipeline, em 2015.