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Classe Laser tem duelo de gerações na Copa Brasil de Vela

Bicampeão olímpico, Robert Scheidt compete com garotos até 20 anos mais jovens, como João Pedro e Tiago Quevedo

Por Paulo Favero
Atualização:

A classe Laser está colocando na mesma raia quatro gerações de atletas para competir pelo título na Copa Brasil, que está sendo disputada em Florianópolis. O veterano Robert Scheidt, de 45 anos, puxa a fila, junto com outro veterano, Bruno Fontes, de 39 anos, que esteve nas duas últimas Olimpíadas. No lado oposto está Tiago Quevedo (18 anos), que representou o país na classe nas duas últimas edições do Mundial da Juventude, e João Pedro Souto de Oliveira, de 24 anos, que classificou o Brasil para os Jogos de Tóquio no último Mundial.

“Competir na Copa Brasil junto com essa garotada bem jovem, no mínimo 20 anos a menos do que eu, é bacana. É legal ver que tem uma geração bem animada e motivada. Acho que a minha presença ajuda eles a ver que é possível com muito trabalho e dedicação conquistar coisas importantes no esporte”, afirmou Scheidt, que é bicampeão olímpico (Atlanta/96 e Atenas/2004) e 11 vezes campeão mundial na Laser.

Robert Scheidt, velejador brasileiro Foto: Gabriel Heusi

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Competir ao lado de uma lenda da vela é estimulante para jovens atletas que ainda buscam seu lugar ao sol. Tiago Quevedo garante que aproveita para conversar e olhar a postura do multicampeão para tirar lições. “É muito bom velejar do lado do Robert. É um cara bastante aberto. Aprendi muito em termos gerais sobre o barco e algumas técnicas. Ele é realmente o cara para se espelhar e ter como exemplo para melhorar”, disse.

Tiago conta que só na observação já consegue aprender coisas. “É possível absorver algum movimento ou técnica, mesmo que seja algo pequeno. E em terra dá para aprender muito. Ele chega cedo no clube, revisa o material todos os dias, tira água do barco. Esse é o perfil dele, o perfil de um atleta profissional”, elogiou.

João Pedro Souto de Oliveira, velejador brasileiro Foto: Gabriel Heusi

João Pedro também vai na mesma linha e lembra que sempre procura dar uma espiadinha para ver se aprende algo, até na regulagem do barco. Ele sabe que na hora da competição, não tem moleza. “É difícil fazer essa transição da nova geração para bater o pessoal da antiga, que é mais experiente. Trago a juventude e tento ir bastante confiante para a água para tentar superar tanto o Robert quanto o Bruninho aqui na Copa Brasil”, explicou.

Após três dias de competição na Copa Brasil, quem lidera na Laser é o experiente Bruno Fontes, com oito pontos perdidos, seguido de perto por Scheidt, com 12. João Pedro está em terceiro enquanto Tiago Quevedo é apenas o oitavo entre 11 competidores. Já foram disputadas oito regatas e faltam quatro para definir o campeão da competição.

Tiago Quevedo, velejador brasileiro Foto: Gabriel Heusi

"Na Laser tem de estar muitas horas na água, criar uma afinidade com o barco, e vejo com bons olhos essa nova geração. Não tem um volume grande de pessoas, mas a qualidade é muito boa. Tem o Phillipe Grochtman (24 anos), o João Pedro, o Tiago Quevedo, são atletas de muito potencial. Ter eu e o Bruninho competindo aqui é uma coisa muito importante para eles", concluiu Scheidt.

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