Clodoaldo Silva encara mais um obstáculo

Melhor nadador paraolímpico do mundo se prepara para repetir resultados na nova categoria

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Por Agencia Estado
Atualização:

A superação, o talento e as conquistas que o tornaram o melhor nadador paraolímpico da atualidade renderam ao brasileiro Clodoaldo Silva uma dificuldade inesperada em sua carreira. No momento, a preparação para os Jogos Parapan-Americanos é dividida com uma luta fora das piscinas para voltar a competir pela categoria onde obteve, na última Paraolimpíada, em Atenas, seis medalhas de ouro e uma de prata. No início de dezembro, ao disputar o Campeonato Mundial em Durban, na África do Sul, Clodoaldo foi surpreendido por um protesto da Espanha, país de seus principais adversários, que exigiu uma nova avaliação de sua deficiência. O resultado: mudança de categoria - passou da S-4 para a S-5, o que teoricamente aumentaria a dificuldade. A surpresa maior ocorreu, principalmente, porque as seqüelas de sua paralisia cerebral haviam passado por quatro classificações internacionais e todas apontaram para danos definitivos, portanto, sem possibilidade de evolução, condição para um atleta ser promovido de classe. ?Por que, quando comecei a nadar, em 1998, não tiveram dúvidas? Por que, quando passei a ter resultados expressivos, resolveram me subir de classe??, indagou o brasileiro. Na prática, competir na S-5 significa nadar com atletas que possuem, por exemplo, movimentos nas pernas, mobilidade inexistente em Clodoaldo. Mas ele tem feito o possível para impedir que a disputa judicial atrapalhe seu planejamento para os Jogos Parapan-Americanos do Rio, a serem disputados entre os dias 12 e 19 de agosto, com cerca de 1.300 atletas de 26 países. Clodoaldo, otimista, disse que a mudança poderá até ajudar na preparação, porque em sua categoria não encontra adversários capazes de vencê-lo, graças ao trabalho desenvolvido ao lado de seu técnico, Carlos Paixão. Desde o início do ano, começou os treinamentos para os Jogos e na semana passada esteve na Escola Paulista de Medicina, em São Paulo, com outros 35 pré-convocados, para a realização de exames médicos e outras avaliações. ?A preparação não muda, porque sempre penso em buscar algo mais?, ponderou o campeão. ?Até para melhorar tenho de me espelhar em atletas da S-5 ou S-6?, destacou. ?Também treino com nadadores sem deficiência, para aumentar o grau de dificuldade?, disse. ?Hoje tenho mais vontade de ganhar.?

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