COI recua e Iraque vai poder enviar equipe

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Por Lausanne
Atualização:

O Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu ontem permitir a participação de atletas do Iraque na Olimpíada de Pequim. Na semana passada, o COI tinha banido o país da competição como represália pelo governo iraquiano ter dissolvido o Comitê Olímpico local e assumido seu controle, com a nomeação de uma direção provisória liderada pelo ministro de Juventude e Esportes. O COI considerou que o governo iraquiano tinha feito uma interferência indevida e aplicou a punição. Ontem, em reunião na sede da entidade, em Lausanne, na Suíça, o COI recebeu a garantia do governo iraquiano que o comitê será reorganizado e terá independência de gestão. Apesar da permissão do COI, apenas dois atletas do Iraque poderão competir em Pequim. A intenção dos iraquianos era enviar para a China uma delegação com sete atletas que tinham garantido índices olímpicos nas modalidades de atletismo, levantamento de peso, judô e tiro com arco. Por conta do banimento, cinco desses atletas perderam o prazo de registro para se inscreverem em suas respectivas provas e somente os dois representantes do atletismo poderão competir. A crise no esporte olímpico iraquiano foi deflagrada em 2006, com o seqüestro de Ahmed al Hiyie, presidente do Comitê Nacional. Até hoje, seu paradeiro não foi descoberto e o organismo se manteve funcionando sem presidente oficial até a intervenção do governo. Al Hiyie tinha sido o responsável pelo início da reintegração do Iraque à comunidade esportiva internacional. Foi ele quem conseguiu a revogação de outra suspensão aplicada pelo COI ao Iraque, provocada pela descoberta que Odei Hussei, filho do ditador Sadam Hussein, usara instalações esportivas para torturar atletas dissidentes do governo de seu pai. A suspensão caiu em 2004 e permitiu que o Iraque disputasse a Olimpíada de Atenas e chegasse à decisão da medalha de bronze no futebol. Mas o Iraque acabou sendo derrotado pela Itália.

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