
28 de agosto de 2013 | 20h40
RIO - Trinta de julho de 2012. A data não saiu da cabeça de Rafaela Silva. Foi nesta dia que ela perdeu a chance de conquistar a sua primeira medalha olímpica, com apenas 19 anos, em sua primeira Olimpíada. A judoca brasileira demorou a superar o golpe ilegal, uma catada de perna, que deu na húngara Hedvig Karakas, o que provocou a sua eliminação nos Jogos de Londres. Demorou exatamente 384 dias.
"Ela demorou um tempo para superar. Acho que só hoje (quarta-feira) mesmo que ela zerou. No dia que completou um ano, ela disse para mim: ''Hoje faz um ano que eu perdi''", conta Raquel Silva, de 24 anos, irmã de Rafaela e reserva da seleção brasileira de judô na categoria até 52kg (a mesma de Érika Miranda, medalhista de prata no Mundial do Rio).
Foi a força da família e dos amigos que fez Rafaela contornar a decepção de Londres. "Nessa hora, só os verdadeiros ficam do lado. Foi um carinho imenso", lembra Raquel, que assistiu às lutas desta quarta-feira da arquibancada do Maracanãzinho e, depois do título da irmã, foi se trocar e voltou para a área de entrevistas com a camiseta: "Keep Calm que hoje tem Rafaela Silva".
"Como ela também faz judô, a gente está sempre conversando em casa, falando das adversárias, o que a gente tem que melhorar. Uma ajuda a outra quando tem que tirar peso. Ela sempre me apoiou", agradece Rafaela, após ter se tornado nesta quarta-feira a primeira campeã mundial do judô feminino brasileiro.
Cerca de três horas depois da conquista do título, Rafaela e Raquel estavam deitadas, juntas, no tatame do Maracanãzinho. Com amigas e o ex-judoca Flávio Canto, mentor da dupla, relembravam um dia que agora elas não vão esquecer tão cedo, esse histórico 28 de agosto de 2013.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.