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Construtoras investem no avanço do eSports nos Estados Unidos

Empreendedores estão se concentrando em construir arenas enormes esportes eletrônicos em mente

Por C. J. Hughes
Atualização:

O crescimento da onda de esportes eletrônicos (eSports) não é novidade para quem acompanha a indústria de videogames. A expectativa é que eles gerem mais de US$ 1 bilhão de renda neste ano, à medida que milhões de fãs assistem a centenas de eventos de todas as partes do mundo. 

Mas esses fãs tipicamente veem as competições em casa, emplataformas de streaming como Twitch e YouTube. Apenas US$ 104 milhões, menos de 10% do faturamento total em 2019, devem vir de merchandise e venda de ingressos, segundo Newzoo empresa de análises esportivas. Para os fãs gastarem mais, eles precisam de um ambiente que proporcione experiências mais ricas.

Construtoras investem no avanço do eSports nos Estados Unidos Foto: Tyrone Siu/Reuters

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Visando a acomodar essa necessidade, empreendedores estão se concentrando em adaptar espaços menores, incluindo boates e até um complexo de escritórios dos anos 1950. Agora, arenas enormes são construídas tendo esportes eletrônicos em mente.

O Esports Stadium Arlington, no Texas, que custou US$ 10 milhões e foi inaugurado em novembro no centro de convenções da cidade, é o maios centro de eSports da América do Norte, com arquibancadas flexíveis, um estúdio de transmissões última geração e um telão LED de 25 metros de comprimento. 

Em Filadélfia, construtores pretendem erguer a Fusion Arena, a primeira nova construção dedicada a eSports profissionais, com 3,5 mil lugares e instalações para treinamento. 

Uma das destinações mais populares é a Blizzard Arena, um pequeno centro de eSports acomodado em um prédio de escritórios de meados do século passado em Burbank, Califórnia. Antigo estúdio de TV para programas como Tonight Show Starring Johnny Carson e Acess Hollywood, o espaço de 1,4 mil metros quadrados é operado pela Blizzard Entertainment para sua Overwatch League.

Jeff Worthe, presidente do Worthe Real Estate Group, dono do prédio em parceria com o Stockbridge Real Estate, diz que estúdios de som são locações ideais para eventos de eSports por sua infraestrutura.

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"eSports são definitivamente um crescente segmento da indústria do entretenimento", disse Worthe, que espera uma proliferação de arenas na área. 

E, no ano passado, o grupo Allied Esports inangurou o HyperX Esports Arena, um ex-clube noturno de 2,8 mil metros quadrados no interior do Hotel e Cassino Luxor, em Las Vegas. A arena, batizada emhomenagem a um fabricante de fones de ouvido e outros acessórios para jogos eletrônicos, sediou no último inverno uma League of Legends, encontro deestrelas do ramo, além de um torneio da NBA 2K League em maio. O próximo evento será um torneio Allied Esports Rainbow Six Minor, neste mês.

  Entre os torneios, a arena sedia eventos locais de jogos como Fortnite, Mario Kart e Rocket League. Jogadores independentes podem comprar passes horários para PC, Xbox e estações de PlayStation, ou jogar de graça em consoles retrô. 

Outros lugares sediam ocasionalmente eSports, como o Boardwalk Hall, em Atlantic City, New Jersey, uma construção de 1929 que abriga normalmente espetáculos de comédia, concertos e partidas de futebol. Em abril, um teatro do prédio, adornado com candelabros, sediou uma competição de eSports, um torneio entre faculdades que teve jogos como Dota 2, Apex Legends e NBA 2K. 

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O lugar surgiu de uma reforma feita pela HOK, empresa de arquitetura voltada para instalações esportivas que vem se dedicando cada vez mais aos eSports. A HKO ajudou a reconfigurar o palco, mudou a iluminação e montou um estúdio de broadcast para livestreaming, segundo Rashed Singaby, sócio da empresa cujo currículo inclui o Mercedes-Benz Stadium, sede do Atlanta Falcons. 

A HOK, com sede em Kansas City, está investindo mais e mais crescente campo. Dois anos atrás, ela não tinha nenhum designer trabalhando em eSports; hoje tem 15, disse Singaby, acarescentando que a empresa teve encomendas para cinco projetos ligados a eSports no ano passado.

Mas planos e reformas empalidecem em comparação à planejada Fusion Arena, em Filadélfia, que será o primeiro espaço dos Estados Unidos construído especificamente para eSports.

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O projeto de 3,5 mil lugares e com custo de US$ 50 milhões será sede da Phladelphia Fusion, uma equipe de dois anos que compete na Overwatch League, franquia na qual jogadores de todo o mundo combatem num futurista "tiro em primeira pessoa". A inauguração é esperada para 2021. 

Equipado com um estúdio de produção, centro de treinamento se três suítes com frigobar,o projeto de 5,5 mil metros quadrados, situado no meio do South Philadelphia Sports Complex, o projeto deve não apenas ajudar os eSports a consolidarem seu status no campo esportivo, mas, segundo especialistas, podem desencadear uma onda de projetos semelhantes. E, a par de fazer os fãs dos eSports abrirem a carteira, uma instalação de tijolos e cimento pode atrair uma outra fonte de lucro: os marqueteiros.

"Anunciantes estão procurando atingir uma multidão difícil de se abordar por outros caminhos", disse Eric Haggstrom, analista da indústria de videogames que trabalha para a eMarketer, empresa de pesquisas. Gamers tendem a ter recursos, mas não consomem a mídia tradicional, nem mesmo produtos da mídia social como o Facebook.

No geral, os eSports já têm o apoio de grandes corporações. Entre os patrocinadores da Ovearwatch League estão a T-Mobile, a Coca-Cola e a Toyota. Patrocínios são uma fonte de lucros crucial para o setor. Em 2019, a previsão é que os eSports faturem US$ 457 milhões vindos de patrocinadores.

Num plano mais amplo, a Fusion Arena pode deixar na modalidadea América do Norte mais próxima do Oriente, que domina os centros de eSports. A China já tem o primeiro estádio de eSports construído a partir do solo, inaugurado em Chongqing em 2017. A Coreia do Sul há muito é líder em eSports, com inúmeros canais de TV dedicados a transmitir competições - com frequência realizadas em grandes estádios para acomodar multidões de fãs. 

A Fusion Arena não está apostando todas as fichas na Overwatch. A liga tem uma temporada anual de sete meses, o que deixa cinco meses para programas que ajudem a amortizar investimentos e cobrir custos operacionais. 

Fora da temporada, fileiras de assentos e mesmo o palco da Fusion Arena poderão ser facilmente removíveis para criar espaço extra para jogos como o Fortnite, com até cem participantes. A arena pode ainda sediar pequenos concertos, reuniões de negócios ou conferências, disse Blake ordish, vice-presidente da empresa construtora. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ 

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