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Contra protestos, China vive surto de patriotismo

Por NICK MULVENNEY
Atualização:

A China criticou na terça-feira os manifestantes que realizaram protestos na passagem da tocha olímpica por Paris e Londres, ennquanto a imprensa estatal e autoridades alertaram que os sabotadores não conseguirão macular a imagem da China. Dirigentes olímpicos também lamentaram os protestos, mas disseram que a tocha manterá seu trajeto ao redor do mundo. Na segunda-feira, os organizadores tiveram de apagar a tocha e guardá-la em um ônibus devido aos protestos em Paris contra a repressão chinesa no Tibet. Na véspera, em Londres, ativistas agitando bandeiras tibetanas e slogans contra a China também transformaram o evento numa complicada corrida de obstáculos. A China qualificou esses incidentes de "vis", e, deixando sua reticência de lado, as TVs e jornais estatais mostraram os protestos e as reações negativas da platéia. "Expressamos nossa forte condenação à perturbação deliberada do revezamento da tocha olímpica por parte de forças separatistas da 'independência do Tibet"', disse Jiang Uu, porta-voz da chancelaria, em nota. Numa entrevista posterior, ela disse que Pequim mantinha "estreita cooperação" com autoridades dos EUA para que haja salvaguardas em São Francisco, próxima etapa do evento. "Também estamos confiantes de que, por meio de nossos esforços conjuntos, o revezamento da tocha nos Estados Unidos transcorra com segurança e tranquilidade", afirmou a porta-voz. "Também alertamos grupos e elementos que tentem perturbar e sabotar o revezamento da tocha que seu objetivo --de usar a Olimpíada para fins inconfessáveis, denegrir e pressionar a China-- é absolutamente inalcançável." Sun Weide, porta-voz da Olimpíada de Pequim, disse a jornalistas que as manifestações em Paris foram "uma blasfêmia". A repressão a manifestações contra o domínio chinês no Tibet, no mês passado, provocou indignação mundial. A China atribui os distúrbios, que se espalharam para províncias vizinhas, ao Dalai Lama, líder espiritual exilado dos tibetanos, que nega envolvimento. O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, pediu aos manifestantes que respeitem a chama olímpica, por ser um símbolo de unidade. "Respeitamos as pessoas que querem protestar, isso é liberdade de expressão", disse Rogge em entrevista publicada na terça-feira pela imprensa chinesa. "Entretanto, quem quiser protestar tem de ser pacífico, não aceitamos violência. Aceitamos protesto, não aceitamos violência."

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