Corinthians envia nesta quinta-feira defesa à Conmebol e pede urgência

Clube alega que não pode ser punido pela morte do torcedor e pede que a proibição de jogar sem torcida seja revogada

PUBLICIDADE

Foto do author Vitor Marques
Por Vitor Marques
Atualização:

SÃO PAULO - O departamento jurídico do Corinthians envia hoje à Conmebol a defesa que o clube irá apresentar no Tribunal de Disciplina.O documento será enviado por e-mail e também por fax. O texto cita "caráter de urgência" e pede que a medida cautelar que obriga o time a jogar de portões fechados na Copa Libertadores seja reconsiderada até a realização do julgamento.A defesa está calcada basicamente no fato de que o Corinthians não pode ser penalizado pela morte de um torcedor. No entender do clube, o correto seria sofrer uma punição apenas pelo uso que um de seus torcedores fez de um sinalizador.O clube também alega que o regulamento da Conmebol não é claro quanto às punições. Há uma série de infrações, e o uso de sinalizador é uma delas, e uma lista de sanções. Ainda de acordo com o Corinthians, não há correlação entre as punições e sanções.Criado no final do ano passado, o novo Código Disciplinar da Conmebol passou a valer nesta edição da Libertadores. O artigo 11 diz que qualquer clube pode ser punido por causa da atitude de sua torcida. Já o artigo 18 cita possíveis penas, entre elas multa, anulação de jogo, perda de pontos, atuar com portões fechados, proibição de jogar em um estádio ou no seu país e até a exclusão da competição."A punição aconteceu porque foi aceso o sinalizador. Fomos punidos por uma morte e a morte foi consequência da causa. O estádio inteiro tinha sinalizador", diz o diretor de futebol, Roberto de Andrade.Uma das razões para a Conmebol ter punido o clube rapidamente e com a pena de jogar todos os jogos com portões fechados, segundo dirigentes, foi a pressão da opinião pública em razão da morte do garoto Kevin Beltrán, de 14 anos.A melhor saída para o Corinthians, entendem os cartolas, é que a punição seja mantida apenas na primeira fase. Não só a de jogar com os portões fechados como também a de não poder levar torcedor nos jogos como visitante. O mais importante para os dirigentes é a fase de mata-mata.Os próximos dois jogos em casa, ainda pela primeira fase, são contra o Tijuana, em13 de março, e contra o San Jose, em 10 de abril.Torcida tem esperança. Um dos indícios de que a própria torcida ainda acredita que a pena seja revertida é que, segundo o clube, até agora não houve problema com a devolução de dinheiro de quem havia comprado os bilhetes pelo Fiel Torcedor."O torcedores ainda preferem continuar com os bilhetes dos próximos dois jogos porque acreditam que a pena pode ser revista", disse Lúcio Blanco, supervisor de arrecadação. "Em relação ao jogo contra o Millonarios, de portão fechado, os torcedores preferiram ficar com créditos para comprar bilhetes para outros jogos ou até para pagar a anuidade do plano." Pouco mais de 83 mil ingressos já haviam sido vendidos para os três primeiros jogos da Libertadores no Pacaembu. Depois da punição, a venda para a Libertadores foi suspensa até que a punição seja revista caso isso aconteça.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.