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Corintianos apedrejam ônibus. Tensão continua

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Por Paulo Galdieri
Atualização:

A Fiel apertou o cerco contra o time que tanto ama, mas que a deixou furiosa pela forma como foi eliminado da Libertadores. As mais fortes manifestações contra os jogadores ocorreram ontem, quando houve até confronto com a polícia - que precisou usar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a turba.Durante quatro horas, cerca de 400 manifestantes, dentre eles membros de torcidas organizadas, torcedores comuns e até mulheres e crianças ficaram na porta do CT Joaquim Grava mostrando novamente o tamanho da insatisfação com o vexame na Colômbia. Chegaram vestindo uniformes e colaram nas paredes da fachada faixas com frases que iam do tom cômico ("com Andres, sem chances") ao ameaçador ("ou sai pelo amor, ou sai no terror").A intenção inicial não era causar danos materiais. Porém, ao verem o ônibus embicando para entrar no CT, os torcedores se exaltaram. Cercaram o veículo e começaram a dar murros e pontapés. Alguns arremessaram pedras e usaram varas de bambus das bandeiras para acertar os vidros. E mesmo após o veículo entrar, as agressões não cessaram. Os mais exaltados tentaram derrubar o portão principal, que acabou danificado por causa dos chutes.Ronaldo foi alvo principal da revolta. Descontentes com seu desempenho, torcedores ordenaram que deixe o clube. Desejaram o mesmo para Roberto Carlos e exigiram do presidente Andrés Sanchez, a vitória hoje contra o Palmeiras. A Polícia Militar revidou. De dentro do CT, arremessou bombas de gás lacrimogêneo. Alguns, sem conseguir ver os atletas, começaram a teorizar que haviam sido enganados pelo clube. Acreditavam que o ônibus teria chegado vazio, e que o elenco corintiano treinava em outro local. Só quando Chicão apareceu lá longe e, em seguida, o restante do time, é que os ânimos se acalmaram. Protesto adiado. A torcida se dispersou espontaneamente logo após uma reunião realizada ali mesmo, em que os líderes dos grupos resolveram ir embora para evitar confronto com o Batalhão de Choque da PM, que estava a caminho. Porém, prometeram repetir a dose de protestos hoje, durante o clássico. "No Pacaembu eles não escapam", gritavam cerca de 20 torcedores, que foram os últimos a deixar o local, por volta do meio-dia.

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