Cortada, Rochele fica na torcida no Mundial de Judô

Judoca sofreu uma lesão no Grand Slam de Moscou que a impediu de competir no Rio

PUBLICIDADE

Por Demetrio Vecchioli
Atualização:

RIO - Rochele Nunes vinha na melhor fase da sua carreira. Aos 24 anos, havia vencido a cubana campeã olímpica Idalys Ortiz na final da Universíade e estava pré-convocada para defender o Brasil no peso pesado feminino no Mundial de Judô. Mas na última competição preparatória, o Grand Slam de Moscou, ela sofreu uma lesão que a impediu de competir no Rio. Abatida, não queria sequer torcer ao vivo pelo irmão, Renan Nunes, que luta neste sábado no Maracanãzinho, mesmo dia que ela deveria competir. De última hora, mudou de ideia e resolveu deixar Porto Alegre e viajar para ficar na torcida.Desde segunda-feira, Rochele está todos os dias no Maracanãzinho torcendo pelas amigas de seleção brasileira. Nesta quinta, por exemplo, se juntou à barulhenta torcida gaúcha pelas companheiras de equipe no Sogipa, Mayra Aguiar e Maria Portela. A inspiração, porém, vem de outra amiga: a agora campeã mundial Rafaela Silva."Eu me preparei para estar no Mundial, mas acabou acontecendo essa lesão. Deus reservou coisa melhor para mim. Me inspiro na Rafaela. Aconteceu aquilo com ela na Olimpíada e agora ela é campeã mundial. Minha hora ainda vai chegar", aposta Rochele.A judoca gaúcha sabe como poucos quanto Rafaela Silva sofreu pelo golpe ilegal que a eliminou dos Jogos do Londres, no ano passado. A carioca se abalou tanto que sequer quis ficar no Rio depois da Olimpíada. Rochele a acolheu na sua casa, em Porto Alegre, onde mora com o irmão Renan Nunes, que competirá neste sábado na categoria até 100kg.Foi o irmão, aliás, quem deu o primeiro apoio quando Rochele ficou sabendo que o osso quebrado na mão direita iria necessitar de cirurgia e que, por isso, ela não disputaria o Mundial. "Chorei um dia inteiro. Mas depois aceitei. No dia seguinte já estava treinando a parte física", conta a judoca.Agora, a torcida de Rochele é pelo irmão e pelas amigas Mayra Aguiar e Maria Portela, com quem treina em Porto Alegre,, mas também por Maria Suelen Atheman, companheira de categoria na seleção brasileira - luta neste sábado, no peso acima de 78kg. "Não a vejo como rival. Sou mais amiga. Meu sucesso não depende do resultado dela. Torço por um bom resultado, porque vai favorecer a categoria. Além disso, somos amigas", garante a simpática gaúcha.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.