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Crise leva França a cancelar o GP de 2009

Por Livio Oricchio
Atualização:

A crise financeira chega de fato à Fórmula1. O primeiro sinal de baque da principal categoria do automobilismo internacional veio na noite de ontem, quando a federação francesa oficialmente abriu mão de organizar o GP de 2009, programado para o dia 29 de junho no circuito de Magny-Cours. A entidade justifica a decisão radical com a impossibilidade de arcar com os custos da prova, já que há forte retração no mercado publicitário. Em comunicado colocado no fim do dia, na página de abertura do site da corrida (www.gpfrancef1.com), a Federação Francesa de Automobilismo Esportivo (FFSA) diz que "gostaria de agradecer a todos os clientes do Grande Prêmio da França e que apoiaram o evento nos últimos anos". A entidade se compromete a ressarcir a todos os que já investiram no GP e também aos torcedores que compraram ingressos. "Pedimos desculpas a todos pelos transtornos." A França é um dos países com maior tradição no automobilismo, sobretudo na F-1, e desde 1950, no surgimento da categoria, só esteve ausente uma vez do circuito internacional, em 1955. A FFSA tem contrato para realizar o GP da França até 2011, mas estava enfrentando pressão de Bernie Ecclestone, que pretendia levar o GP para local mais próximo de Paris. O cancelamento, na verdade, antecipou a aposentadoria de Magny-Cours na F-1. O circuito fica no interior do país, não agrada a equipes, patrocinadores e cartolas e já se falava que 2009 representaria o último ano no calendário. Independentemente da crise, já se comentava na França que a alternativa, para 2010 em diante, seria a Dusneylândia-Paris, mais acessível, com melhor estrutura hoteleira e mais atraente para a publicidade. No calendário divulgado na semana passada já não constava o GP do Canadá. O circuito de Montreal agora pode voltar ao programa, como alternativa para não fazer com que o campeonato tenha menos de 18 provas. O aumento de custos, as oscilações nas Bolsas de Valores, a quebra de instituições financeiras e o temor de recessão internacional são temas que vêm sendo tratados pelos dirigentes da F-1 nas últimas semanas. O presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, foi um dos primeiros a levantar a bandeira de alteração de custos e já teve encontros com os principais donos de escuderias. O representante da montadora está preocupado com a possibilidade de as equipes quebrarem por conta da saída de patrocinadores. As escuderias só não aceitam adotar um motor-padrão, como sugere a Federação Internacional de Automobilismo.

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