Dagoberto faz 2 e São Paulo vira

Vitória por 2 a 1 sobre o América de Cali, no Morumbi, garante o primeiro lugar no Grupo 4, com 13 pontos

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Por Giuliander Carpes
Atualização:

Era um jogo para reencontrar o caminho das vitórias, melhorar a campanha, reerguer a confiança abalada e recuperar os artilheiros Borges e Washington, que não marcavam gols há três partidas. O primeiro e segundo objetivos foram totalmente conquistados. O São Paulo bateu o América de Cali por 2 a 1, no Morumbi, e confirmou a liderança do Grupo 4. O terceiro talvez ainda precise de mais uns resultados positivos, pois o time ainda não voltou a jogar bem. Já o quarto vai ter que esperar, pois ontem foi noite de Dagoberto, autor dos dois gols do time, e não dos costumeiros maiores artilheiros do clube. Muricy Ramalho quis mostrar para os jogadores que ao menos o treinador já esqueceu o baque da derrota para o Corinthians na semifinal do Paulista. Confiou ontem na mesma equipe que perdeu em pleno Morumbi para um dos maiores rivais. "A gente queria ir para a final do Paulista, mas agora já passou", explicou o treinador, que manteve Dagoberto na direita. O técnico havia gostado do primeiro tempo do jogo contra o Corinthians. Mas deve ter odiado o do jogo de ontem. Sem mostrar a recuperação do abatimento da eliminação do Estadual apregoada por Muricy, o São Paulo não se encontrou nem contra o time reserva do América de Cali, que já não tinha mais chances de classificação. Tanto que saiu perdendo - a equipe tomou o gol de abertura do placar nos três jogos em que atuou no Morumbi. Logo aos oito minutos os visitantes mostraram as conhecidas qualidades do futebol colombiano. Chará avançou em velocidade pela intermediária e tocou com precisão para o centroavante Parra, único homem de ataque do time do técnico - na verdade, o auxiliar do treinador Diego Umaña - Alex Escobar. O camisa 9 rolou por baixo do goleiro Bosco e marcou o primeiro gol seu na competição, apenas o terceiro do América no torneio. Ao final da primeira etapa, o São Paulo até teve chances. Mas pesou a intranquilidade de seus atacantes. Washington ficou livre à frente do goleiro Meza aos 34 minutos, chutou e errou o alvo. Aos 42, Borges pegou rebote do arqueiro na entrada da área e sua conclusão tomou o mesmo caminho. "Não posso me irritar (com a estiagem de gols), senão piora", afirmou Washington. "Ninguém está em má fase. Não podemos fazer tempestade em copo d?água. No jogo de hoje ajudei mais o time, marcando, correndo, do que fui ajudado. No próximo jogo, vou fazer gol de novo, podem ter certeza." A torcida se impacientou. Ao contrário de domingo, quando cantou o hino são-paulino mesmo com a inapelável derrota, ontem vaiou o time na saída de campo para o intervalo. Parece que a indignação dos torcedores acordou os jogadores são-paulinos. O time voltou um pouco melhor para a segunda etapa. Se não passou a encher os olhos, ao menos conseguiu estufar as redes. Não por obra dos artilheiros do time em jejum, no entanto. O lance da igualdade saiu aos 12 minutos dos pés do jogador mais regular da equipe nesta temporada, o garoto Jean. Depois de uma jogada individual pelo lado direito, o volante cruzou para Dagoberto cutucar a bola para o almejado gol. E a sorte se voltou para o lado são-paulino nove minutos mais tarde. O goleiro Meza foi afastar a bola, mas chutou a redonda nas costas de Dagoberto. Uma legítima proeza. Ela acabou voltando para dentro do próprio gol colombiano. Bizarro: virada selada, 2 a 1. O São Paulo vai a próxima fase com 13 pontos - igualado ao Cruzeiro em pontos, mas à frente no critério de gols marcados - no grupo dos oito primeiros colocados. Só no confronto mata-mata das oitavas de final, porém, está garantida a segunda partida no Morumbi, pois o time ainda pode ser ultrapassado por Sport, Boca Juniors, Nacional (Uruguai), Grêmio e Libertad (Paraguai). O segundo colocado da Chave 4 foi o Defensor, do Uruguai, que bateu o Independiente Medellín, por 4 a 3, em Montevidéu.

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