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Daiane: foco agora é a Olimpíada

Por Agencia Estado
Atualização:

Após o primeiro lugar nos exercícios de solo, na etapa alemã da Copa do Mundo, em Stuttgart, no sábado, a ginasta Daiane dos Santos voltou nesta terça-feira ao Brasil confiante e ciente de que a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas está cada vez mais próxima. E não escondeu os trunfos para chegar à conquista sonhada: esforço e dedicação total nos treinos. "Mais difícil do que chegar lá é se manter", frisou Daiane, que retoma os treinos nesta quarta-feira, em Curitiba, com a seleção olímpica permanente e, na sexta-feira, viaja para Porto Alegre, onde passará o final de semana com a mãe Magda, o pai Moacir e as irmãs Daise, Cíntia e Jéssica. "Teremos que trabalhar muito mais para nos manter entre os primeiros." Convicta de que seu melhor aparelho é o solo, Daiane vive, agora, a expectativa de criar e apresentar um novo exercício em Atenas. No entanto, disse que o movimento dependerá do técnico da seleção, o ucraniano Oleg Ostapenko, de férias em seu país e com retorno ao Brasil previsto para 5 de janeiro. A desenvoltura no solo levou Daiane a fazer história na ginástica ao ganhar o Mundial de Anaheim, nos Estados Unidos, em agosto, e apresentar um novo movimento, o ?duplo twist carpado?, que recebeu o nome de "Dos Santos". A acrobacia foi catalogada pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) com o grau máximo de dificuldade, ?E?. Desta vez, na competição alemã, a atleta aperfeiçoou o exercício e assegurou o primeiro lugar ao mostrar o inédito ?duplo twist esticado?. A diferença entre os dois movimentos está na maneira como Daiane executa os dois saltos mortais. No ?duplo twist carpado?, as pernas da atleta estão dobradas à altura do peito. Já no ?duplo twist esticado?, as pernas estão estendidas. Agora, existe o suspense de que, em um novo exercício, ela poderia encerrá-lo com uma pirueta. Em sua atual série, Daiane executa quatro acrobacias, sendo três de nível E e uma D, além de 5 elementos da ginástica, três D e dois C. Para assegurar a medalha de ouro olímpica, a atleta já sabe que terá de realizar todos os movimentos acrobáticos do nível E. O restante dos exercícios ficará no nível D. Apesar do bom momento, Daiane rejeitou o rótulo de "estrela" da ginástica brasileira e o fato de que teria desbancado do posto a carioca Daniele Hypólito. Para a atleta gaúcha, o mais importante é representar bem o Brasil nas competições. Exibições que, segundo ela, fizeram com que o "mundo" da ginástica passasse a respeitar o País e ficasse ansioso pelas apresentações de suas atletas. "Todos da seleção são estrelas. Um dia isso tudo pode acabar e ser somente uma fase. Espero que não passe", contou Daiane. "Não me fiz sozinha. Ninguém vê na hora que estou chorando nos treinos, cansada, e aí as outras atletas é quem estão lá para dar apoio." E, mesmo com os atuais bons resultados, Daiane é enfática ao dizer que somente uma medalha nos Jogos Olímpicos poderia assegurar sua permanência no Esporte. A presença de Ostapenko à frente da seleção também será mais um fator na hora da decisão. No entanto, se optar por parar em 2004, aos 21 anos, a gaúcha , que cursa Educação Física, já tem planos para quando encerrar sua carreira: se dedicar à orientação de crianças com Síndrome de Down. "Após as Olimpíadas, vou ver como me sinto fisicamente e se dá para continuar. Não sei o que vai acontecer, mas posso parar", afirmou Daiane, que na Alemanha ainda conquistou o quinto lugar no salto e a sexta colocação na paralela. "Sou ginasta porque gosto de fazer ginástica. Não vale à pena fazer isso para ganhar dinheiro e ser famoso. É muito sacrificante." Alegre por retornar ao Brasil, Daiane provocou risos, durante uma coletiva na sede do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), no centro, ao declarar seu time de coração: o Corinthians. Apesar de gaúcha, revelou sua paixão pelo clube paulista e disse não se importar com uma possível represália dos conterrâneos. "Fui criada dentro do Internacional, meu pai é colorado e tive um cunhado que jogou no Grêmio, além de eu ser amiga do Ronaldinho Gaúcho", explicou Daiane, aos risos. "Gosto tanto do Internacional quanto do Grêmio mas, para dizer a verdade, sou é corintiana."

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