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Daniel Dias leva 5º ouro, Brasil atinge 27 medalhas e já faz seu melhor Mundial

Desta vez, o astro brasileiro triunfou na prova dos 200 metros livre na categoria S5.

Por Rafael Franco
Atualização:

Mais uma vez justificando a condição de fenômeno do esporte adaptado, Daniel Dias conquistou nesta quarta-feira o seu quinto ouro em cinco provas disputas no Mundial Paralímpico de Natação, que está sendo realizado na Piscina Olímpica Francisco Marquez, na Cidade do Mexico, mesmo palco da modalidade na Olimpíada de 1968. Desta vez, o astro brasileiro triunfou na prova dos 200 metros livre na categoria S5.

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Na final realizada nesta quinta manhã (no horário local) de disputas da competição na capital asteca, Daniel venceu com facilidade ao cravar o tempo de 2min37s67, quase 15 segundos à frente do italiano Theo Curin, que ficou com a prata ao terminar na segunda colocação com 2min52s50. O bronze foi obtido pelo chinês Junsheng Li, com 3min05s74.

Daniel Dias, atleta paralímpico Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

Esse foi também nada menos do que o 29º ouro do nadador paulista em Mundiais Paralímpicos. E este acabou sendo emblemático pelo fato de que ele assegurou ao Brasil, com este novo feito, a realização da sua melhor campanha em uma única edição da competição. O País agora acumula 27 medalhas e já quebrou o seu recorde de 26 pódios. Coincidentemente, os brasileiros fecharam três edições seguidas do evento com 26 medalhas, em Durban-2006, Eindhoven-2010 e Montreal-2013.

E Daniel voltou a ganhar uma final depois de ter se emocionado na noite da última quarta-feira ao conquistar a sua quarta medalha de ouro neste Mundial, nos 50 metros livre S5, na qual faturou o tetracampeonato mundial desta prova. Com cerca de 12 horas de intervalo entre uma prova para outra, o brasileiro admitiu que sentiu um pouco do desgaste, que foi ampliado pela altitude mexicana de 2.250 metros. Entretanto, ele ainda mira mais duas medalhas em provas de revezamento que disputará na reta final deste Mundial, que acabará nesta quinta-feira.

"Estou com mais dois revezamentos para nadar. Espero conseguir mais dois bons resultados. Saio satisfeito com as minhas marcas e com o meu desempenho neste Campeonato Mundial. Fiquei bem distante do meu melhor tempo (nesta prova dos 200m livre), mas já está cansando também os dias de competição. Isso aqui é meio desumano. Competir em uma altura dessa não é fácil. Eu nadei os 200m e já cansei, imagino como está sofrendo quem está nadando os 400m", afirmou Daniel Dias, que antes deste ouro nos 200m também se garantiu no topo do pódio nos 50m costas e dos 100m livre em sua categoria, assim como ajudou a equipe nacional do revezamento 4x100m a ganhar a final que realizou.

"Não vou falar de marcas, mas da forma como nadei, que foi até um pouco superior do que eu esperava. Fiquei feliz com algumas marcas que fiz no costas, no crawn, nos 100m livre... Espero agora me divertir, dar o meu melhor e ajudar o Brasil a ficar no lugar mais alto do pódio. Estou precisando de férias. Não vejo a hora de passar essas duas provas e... férias! Espero que acima de tudo a gente possa se divertir, fazer com alegria isso aqui, pois é uma oportunidade única representar o Brasil", completou o astro paralímpico, em entrevista à reportagem do Estado.

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EDÊNIA GARCIA

Na outra única final envolvendo um representante do Brasil na manhã desta quarta-feira no México, Edênia Garcia, uma das maiores atletas paralímpicas da história do País, terminou em quarto lugar na prova dos 50m livre classe S3. Ela terminou a disputa em 56s44, bem próxima da mexicana Patrícia Valle, que garantiu o bronze com o tempo de 55s62. O ouro foi obtido pela casaque Zulfiya Gabidullina, com 42s87, enquanto a prata foi conquistada pela grega Alexandra Stamatopoulou, com 45s79.

Mais longeva atleta brasileira em Mundiais, Edênia disputa pela sexta vez a competição, sendo que nesta edição do evento ela faturou a prata na prova dos 50m costas na classe S3. A nadadora, de 30 anos, nasceu com polineuropatia sensitiva motora, doença progressiva que prejudica o movimento de braços e pernas. Porém, só descobriu que tinha o problema quando tinha sete anos, sendo que ela adotou a natação como forma de tratar a patologia antes de se tornar poucos anos depois uma atleta patalímpica - ela disputou seu primeiro Mundial com apenas 15 anos.

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