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De La Hoya apanha de filipino em Las Vegas

Americano, bastante machucado, abandona antes do nono assalto

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Por Wilson Baldini Jr e LAS VEGAS
Atualização:

Em uma luta para ser lembrada por muito tempo, o filipino Manny Pacquiao quebrou o ditado de que "um grande boxeador pequeno não vence um grande boxeador grande", ao derrotar na madrugada de ontem, no ringue do MGM Hotel, em Las Vegas, o norte-americano Oscar De La Hoya, por nocaute técnico no oitavo assalto. O treinador Ignacio Nacho Beristain não deixou o ex-campeão mundial em seis categorias, que estava bastante machucado, principalmente abaixo do olho esquerdo, voltar para o nono round. Os três jurados apontavam vitória tranqüila de Pacquiao: 80 a 71 (dois deles) e 79 a 72. Confira galeria de fotos da luta O duelo foi válido pelos meio-médios, categoria encontrada para tentar igualar as condições físicas dos atletas. Pacquiao jamais havia pesado perto dos 66,678 quilos, enquanto De La Hoya não atingia esta marca há oito anos. A vitória serviu para Pacquiao, aos 29 anos, ratificar a condição de melhor lutador do momento. De La Hoya, aos 35, deve anunciar oficialmente nos próximos dias a sua aposentadoria, após dez cinturões conquistados. "Estou muito feliz por mim e por meu país", disse um emocionado Pacquiao, ainda em cima do ringue. "Provei que sou o melhor e estou pronto para novos desafios", afirmou o pugilista, que lutou três vezes este ano. Um combate em cada categoria. Como superpena venceu por pontos o mexicano Juan Manuel Marquez e entre os leves nocauteou o também mexicano David Diaz, no nono round. O empresário Bob Arum disse que 2009 será o ano de Pacquiao. "Agora o mundo é dele." O mais certo é que o filipino enfrente primeiro o britânico Rick Hatton, em Dubai, nos Emirados Árabes, e depois tire da aposentadoria o ex-campeão invicto Floyd Mayweather. De La Hoya, que não compareceu à entrevista depois da luta, deverá concentrar seus trabalhos na empresa Golden Boy, a maior do mundo em promoções de lutas de boxe. "Na vida é importante tomar as atitudes certas e nos momentos certos. Vou conversar com minha família", afirmou, cabisbaixo. O meio-pesado Bernard Hopkins, amigo de De La Hoya, ainda não garante que ele vai pendurar as luvas. "O dinheiro pode tudo no boxe. Vamos aguardar." A LUTA O combate foi clássico. Desde o início o canhoto Pacquiao não se intimidou com o maior tamanho de De La Hoya (1,80 m contra 1,69 m) e foi ao ataque. No primeiro round acertou cinco boas esquerdas. O jab do rival, apontado para segurar o ímpeto de Pacquiao, foi frágil. No segundo assalto, De La Hoya, que não achava Pacquiao, já estava com o nariz inchado. O domínio do filipino foi total no terceiro. A cabeça de De La Hoya virou um pushingball no quarto assalto, tal a quantidade de golpes recebida. Se os físicos fossem semelhantes, De La Hoya teria dormido no quinto assalto. O americano só foi acertar um golpe a vinte segundos do fim. Depois de diminuírem um pouco o ritmo no sexto, o sétimo assalto foi um massacre. Encurralado nas cordas, De La Hoya recebeu todos os tipos de golpe. No oitavo, o americano acertou a primeira seqüência, mas recebeu o troco e quase caiu. No intervalo, seu córner pediu ao juiz o fim do combate. O QUE ELES DISSERAM Manny Pacquiao Boxeador filipino "Provei que sou o melhor e estou pronto para novos desafios" Bob Arum Empresário "Agora, o mundo é dele" Oscar De La Hoya Boxeador americano "Na vida é importante tomar as atitudes certas e nos momentos certos. Vou conversar com minha família"

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