Publicidade

Decisão tira o sono da mãe de Daiane

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Magda dos Santos, mãe da ginasta Daiane, levantou-se três vezes da cama na madrugada de sábado para domingo aflita com a tão sonhada final do solo da filha. Nos dois primeiros sonhos, só ouvia aplausos. No último, viu no placar a nota 9.800 - nota que Daiane precisaria tirar para superar os 9.750 que a romena Catalina Ponor conseguiu na final por equipes, na última terça-feira, para a qual o Brasil não se classificou. "Não tenho conseguido descansar, sonho com a ´Dai´ todo santo dia. Tomara que essa nota seja um aviso do que ela pode fazer amanhã (hoje)", disse Magda. Desde que Daiane embarcou para Kiev, na Ucrânia, para aclimatação com a equipe brasileira, os pais falaram pouco com a filha. "Estamos com muita saudade dela", falou o pai Moacir. Ela ligou após a classificação para a final, domingo retrasado, e ontem pela manhã. "Acordamos hoje (ontem) com o telefonema dela. Ela estava tranqüila e animada. Disse não sentir mais dores no joelho direito (operado há pouco mais de dois meses) e está confiante. Não contei do meu sonho para não deixá-la nervosa", afirmou Magda. Os pais contaram que Daiane está segura para fazer o duplo twist esticado Daiane disse aos pais que tentaria ligar hoje, antes da prova, mas teria de pedir autorização para o Oleg, segunda a mãe revelou: "vamos ver se o Oleg vai deixar, porque ele sempre pede concentração total para que nada de fora atrapalhe." Se depender dos pais e irmãs, Daiane já é campeã olímpica. "Só nós que acompanhamos a vida dela é que sabemos dos sacrifícios que ela passou para chegar entre as melhores do mundo. Ela é uma vencedora!", afirmou Deise, de 23 anos, a irmã mais velha de Daiane. A torcida também é grande na Cohab da Cavalhada, na zona sul, próxima do bairro Jardim Urubatã, bairro dos pais da ginasta. Lá, moram os tios de Daiane, Edson Jarbas dos Santos e Rita Rodrigues, donos do Bar da Rita, há sete anos, todo decorado com fotos e faixas com o nome dela. No bar, a família trabalha unida com camisetas com nome da ginasta, faixa na cabeça e adesivos nas roupas. A inspiração veio da conquista do ouro inédito da sobrinha no Mundial de Anaheim, no ano passado. Na Cohab, o bar que já era conhecido, ficou mais famoso ainda por causa das piruetas de Daiane. "O bar da Rita, da tia da Daiane? É logo ali", apontou um garoto. A medalha de ouro em Anaheim, inspirou até mesmo a sua prima, Patrícia Rodrigues, de 9 anos, filha de Rita e Edson, a fazer ginástica artística. Depois de Daiane, ela é a primeira a praticar da família a praticar a modalidade, já que as irmãs de Daiane nunca se interessaram pelo esporte. Cíntia (19 anos) e Deise (23), tiveram filhos cedo e Djéssica, de 11 anos, gosta de brincar de boneca. Já Patrícia tem certeza do que quer ser quando crescer. "Sou apaixonada pela ginástica, quero ser campeã como a Dai", conta a garota que treina em um centro educacional perto da Cohab. O aparelho que mais gosta? Sem titubear ela responde: "solo".Os pais de Patrícia incentivam a garota, mas temem que mesmo sendo iniciante no esporte, ela seja cobrada por causa da prima famosa. "A mãe da Dai ainda nem sabe que ela está fazendo....mas uma hora vou contar, claro."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.