PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

(Viramundo) Esportes daqui e dali

Dérbi antecipado

Por Antero Greco
Atualização:

A programação do Brasileiro marca Palmeiras x Corinthians para o próximo sábado, véspera da decisão da corrida para a presidência do país. Mas não se iluda, amigo, pois o dérbi começa hoje à tarde, no Pacaembu mesmo e no Beira-Rio. Palestrinos e corintianos têm jogos complicados nesta rodada, só que os resultados do domingo darão o tom para o choque entre ambos, dentro de seis dias. Afinal, ainda agora é o clássico que tem mais charme entre os paulistas, que reúne histórias memoráveis ao longo de quase um século de disputas.Como? Acha que exagero? Não. Claro que há importância na partida que o Palmeiras faz com o Santos e na visita do Corinthians do Inter, em Porto Alegre. Mas, pelas circunstâncias do campeonato, pelo momento que cada um dos dois vive, tudo converge para logo adiante. O duelo poderá selar a salvação de um e a danação de outro.Vamos dar uma espiada na situação de cada um deles. O Palmeiras andava acabrunhado, mortinho da silva, a namorar firme com o rebaixamento. Parecia com uma saudade da Série B, curtia nostalgia de levantar de novo a taça da divisão de Acesso. Era sapatada atrás de sapatada, coisa de dar pena - ou raiva, a depender do ponto de vista. Em resumo: no ano do centenário a nave alviverde embicava para o fundo.E não é que se esboça reação, quando a torcida já preparava o espírito para nova perambulação pelo purgatório? A rapaziada de Dorival Júnior despertou do pesadelo, venceu três - três! Botafogo, Chapecoense, Grêmio - em seguida, abandonou a zona de descenso, e ostenta confiança rara nos últimos tempos. Encorpou e aprumou. A salvação está longe, mas não se mostra objetivo inalcançável. Mesmo com limitações, a equipe ganhou cara confiável. Para tanto, foi importante o retorno de Fernando Prass e de Valdivia. Os dois acrescentam confiança e talento. A defesa ficou mais ajustada, o meio-campo se equilibrou com o jovem Victor Luís por lá, e no ataque Henrique empurra bolas para a rede com a mesma regularidade com que desperdiça chances. Receita simples, sem mistério, para salvar a honra, às vésperas da inauguração do novo Palestra. O confronto com o Santos funcionará como termômetro para o autocontrole do Palmeiras. Se ganhar, engata uma quarta rumo ao meio da classificação e chega embalado para pegar o Corinthians. Dorival não precisa de truque, para este domingo. Só pedir para os jogadores repetirem a marcação, a velocidade, a insistência esbanjadas na semana passada diante do Grêmio.Evidentemente, não topará com peixe morto. Ao contrário. O Santos reforçou a autoestima com os 5 a 0 no Botafogo pela Copa do Brasil. Além disso, Enderson Moreira encontrou uma formação barulhenta para o ataque, com Gabriel, Geovânio e Robinho. Pelo visto, Leandro Damião amargará banco. O problema santista se concentra na instabilidade na Série A. Quando se imagina que dará o salto de qualidade, emperra, como nos 3 a 0 em Criciúma. Por isso, o foco na Copa.O Corinthians caminha em direção contrária à do Palmeiras. Embora esteja na parte superior da tabela, a poucos pontos do G-4, o ambiente ficou nublado no Parque, após os 4 a 1 para o Atlético. A surra no Mineirão doeu, expôs deficiências no elenco e no sistema de jogo, tornou frágil a situação de Mano (perto de colher novo fracasso em sua trajetória recente) e botou medo na torcida.O time que desafia o Inter está com a confiança abalada. Tecnicamente não é inferior ao rival; só que a pressão conta e, se não for controlada, provoca estragos. Mano não tem muito o que mexer e aposta tudo em Guerrero, Elias, o jovem Malcom e torce para que reviva a solidez defensiva destruída pelo Galo. Para aumentar a complicação da tarefa alvinegra, o jogo é essencial para o Inter sustentar o sonho de superar o Cruzeiro na arrancada final pelo título. Empate já é para festejar. A rodada de hoje pode virar prenúncio de trovoada para o sábado. Até que uma chuva seria bem-vinda.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.