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Derly: ´Preciso fazer minha parte, sem parar de evoluir´

Título mundial de 2005, o único da história do Brasil, tornou atleta visado pelos adversários: ´Eles têm me estudado bastante´

Por Agencia Estado
Atualização:

O dono do único título mundial de judô da história do Brasil terá um ano cheio. O meio-leve gaúcho João Derly luta para participar de duas competições importantes em casa este ano: os Jogos Pan-Americanos, em julho, e o Campeonato Mundial, em setembro, ambos no Rio. O momento é de trabalho intenso. O judoca está na Europa, onde participou no fim de semana de uma série de campeonatos que fazem parte do processo de avaliação dos atletas que representarão o Brasil no torneio continental. Depois de vencer o Mundial do Cairo em 2005, Derly se tornou um dos personagens mais respeitados do judô nacional e internacional. Apesar do reconhecimento pelo título conquistado, sua vida nos próximos meses deve ser de muito trabalho e tensão. O judoca trava acirrado duelo com Leandro Cunha pela vaga de titular entre os meio-médios (-66 kg) no Pan. Na semana passada, seu adversário figurava à sua frente no ranking da União Européia de Judô. Cunha, beneficiado por vitória nas etapas da Copa do Mundo de Budapeste e um vice-campeonato em Paris, ocupava o terceiro lugar, enquanto Derly estava em sexto. Mas nada tira a confiança do o atleta gaúcho, que vem recorrendo ao atletismo para aumentar a força e melhorar o preparo físico e, assim, seguir competitivo contra os melhores. Portal Estadão - No seu peso, quais serão os maiores rivais no Pan? Com certeza os cubanos têm bons atletas em todas as categorias, mas no meu peso também será preciso ter atenção com os judocas da Venezuela. Antes de mais nada, porém, quero ressaltar que a seleção não está totalmente definida. Ainda estamos em processo de avaliação e as vagas estão em disputa. Você sabe como está sua preparação em relação a de seus possíveis adversários no Pan? Tenho uma idéia porque pude acompanhar competições anteriores deles na Europa. Você costuma estudar seus adversários? Sim, mas não se pode ficar preocupado demais com o adversário. É preciso fazer a sua parte até para não ser pego de surpresa por outro. Este ano o judô brasileiro terá dois grandes eventos em casa: os Jogos Pan-Americanos, em julho, e o Mundial, em setembro (ambos serão no Rio). Como você está se preparando? Pretende dar prioridade a uma das competições? As duas competições são importantes. Prefiro pensar em uma de cada vez, até porque, antes de mais nada, é preciso estar dentro (da equipe). Tem feito algum trabalho especial de preparação para as competições deste ano? Tenho trabalhando bastante a parte física para aumentar minha potência muscular. Uso bastante este recurso nas competições. Meu judô é baseado na potência. Você acredita que o judô do Brasil será capaz de bater seu recorde de medalhas em um mesmo Pan no Rio (13, dos Jogos de Mar del Plata)? Eu creio que sim, porque o nível dos atletas do nosso País, de uma maneira geral, é fortíssimo. A seleção é muito homogênea. Aliás, esta é uma das principais características do judô brasileiro. Em quais categorias você apontaria o Brasil como favorito no Pan? Em alguns pesos a disputa é teoricamente mais encrespada. No masculino, quem pode ter um pouco de folga talvez seja o Leandro (Guilheiro, categoria - 73 kg). Não acompanho tanto o feminino e, por isso, é mais difícil avaliar. Você sente que, depois de ter conquistado o Campeonato Mundial do Egito, os adversários passaram a estudar sua maneira de lutar? Sim, sinto que eles têm me estudado bastante. Mas isso é bom porque me obriga a estar sempre evoluindo. É por este motivo que tenho tentado aprimorar minha parte física, além de variar muito mais meu estilo de luta. Você tem feito algo diferente na sua preparação? Tenho trabalhado com um preparador físico cubano aqui no meu clube, a Sogipa (RS), chamado Juan Medina. Ele competia no atletismo e chegou a ser medalhista olímpico. A presença de Juan tem sido muito importante não só porque ele está ensinando atletismo aos judocas e melhorando nossa preparação, como também por ter muita vivência no esporte tem me ajudado no lado psicológico. Depois da temporada na Europa quais serão suas próximas competições? Ainda não tenho tudo acertado, mas com certeza vou participar de um torneio em Cuba e da etapa da Copa do Mundo em Minas (os dois eventos servirão para definir a equipe brasileira no Pan).

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