Quando o austríaco Dietrich Mateschitz, proprietário da Red Bull, adquiriu da Ford a sua equipe de Fórmula 1, a Jaguar, em 2005, é provável que não imaginasse poder conquistar o título já na sua sexta temporada na Fórmula 1, como agora, afinal lutaria contra organizações históricas e supercampeãs, a exemplo de Ferrari e McLaren. Mas Mateschitz realizou investimentos elevados, bem planejados, como a contratação do excepcional projetista Adrian Newey, e hoje seus pilotos no GP da Cingapura, Sebastian Vettel e Mark Webber, estão dentre os favoritos para vencer a competição e colocarem-se numa posição privilegiada para conquistar o Mundial. Depois da corrida restarão apenas quatro etapas para o encerramento do campeonato. Mas o projeto de a Red Bull, tão jovem, bater os gigantes da Fórmula 1 terá de superar um desafio e tanto: a concorrência entre seus dois pilotos. Os treinos no circuito Marina Bay sugerem que hoje Vettel, segundo no grid, e Webber, quarto, poderão concorrer pela mesma colocação na prova, e até com boas chances de lutar pela vitória. E como ambos são candidatos ao título, se Christian Horner, diretor da equipe, não intervir, o sonho de Mateschitz realizar seus planos em tão pouco tempo pode se comprometer. Webber lidera o Mundial com 187 pontos, enquanto Vettel é o quinto, 163. Está em jogo para a Red Bull, hoje, ao longo das 61 voltas do GP de Cingapura, mais do que nunca, sua capacidade gerencial. E se não funcionar, com nova autoeliminação do time, por choque entre seus pilotos, boa parte do muito que foi feito nos últimos seis anos, com enorme esforço, terá sido em vão.