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Dirigente vê doping 'sistemático' na marcha atlética da Rússia

Nikita Kamasaev compara impacto dos repetidos problemas na modalidade ao escândalo do ex-ciclista americano Lance Armstrong

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Por Redação
Atualização:

O chefe da Agência Antidoping Russa (Rusada, na sigla em inglês) declarou nesta segunda-feira que há provas de doping sistemático na marcha atlética por todo o país. Diante de um grande escândalo que vem assolando o esporte russo nos últimos meses, principalmente nesta modalidade, Nikita Kamaev se manifestou e comparou os casos dos marchadores ao do ex-ciclista Lance Armstrong.

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Cinco marchadores russos, incluindo três campeões olímpicos, foram suspensos por uso de doping no último mês. Com isso, cinco medalhas de ouro dos Mundiais de 2009 e 2011 precisaram ser redistribuídas. Kamaev explicou que os dados biológicos destes atletas mostraram claras ligações entre os "métodos" e "abordagens" usadas para o doping.

"A estrutura dos delitos e a natureza sistemática destes delitos estão óbvias", declarou em entrevista à agência R-Sport. Kamaev explicou que punições mais duras podem ser aplicadas, mas explicou que o caso é complexo e comparou: "O caso do Lance Armstrong levou mais de dois anos. Nosso caso não é mais simples".

Campeão olímpico Sergei Kirdiapkin foi um dos punidos por doping Foto: Emilio Morenatt/AP

Armstrong foi banido definitivamente do esporte em 2012, após uma longa investigação em um profundo caso de esquema de doping, e perdeu seus sete títulos da Volta da França. A investigação na Rússia está focada no centro de treinamento da seleção de marcha atlética em Saransk. Ao menos 20 atletas que trabalharam por lá sob o comando do técnico Viktor Chegin foram punidos por doping nos últimos anos.

As declarações de Kamaev vão ao encontro do que suspeitavam a Agência Mundial Antidoping e a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), que abriram investigações sobre acusações de doping sistemático por competidores russos, após a transmissão por um canal de TV alemão, em dezembro, de um documentário no qual os denunciantes apresentavam casos de uso de substâncias proibidas no atletismo do país, e que seriam encobertos pela agência nacional antidoping.

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