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Dona Elza desafia as ondas inspirada em Gabriel Medina

Aos 60 anos, moradora de Santos faz aula na Escola pública

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Por Paulo Favero
Atualização:

Aos 51 anos, Elza Anunciata Rodrigues de Oliveira tentou subir pela primeira vez em uma prancha de surfe. Agora, nove anos mais velha, porém com aparência mais jovem, ela percorre as ondas na praia em Santos com a mesma desenvoltura das meninas que estão nas aulas da Escola Pública. “Não é a idade que faz a pessoa, é a mente. Comecei a surfar por curiosidade, mas na época minhas amigas falaram que não iriam por causa da idade”, conta. Viúva há 20 anos, ela diz que seus filhos estranharam no começo, mas depois apoiaram a ideia. “Um deles chegou a sair mais cedo do escritório para ver se era verdade. Se eu soubesse que era tão bom, teria começado a praticar muito antes”, continua. “Tinha dor no joelho, colesterol alto. Melhorei muito com o esporte.” Ela não falta a uma aula e elogia poder estar em contato com a natureza. Como não poderia deixar de ser, torceu muito para Gabriel Medina conquistar seu título mundial. “Adorei o tubo que ele pegou no Havaí. Se eu fosse mais nova, iria tentar aquilo”, brinca, garantindo que enquanto tiver forças, vai continuar pegando suas ondas no litoral paulista.

Nova geração. Carla Leticia, de 18 anos, Beatriz Franco e Lais Moraes, ambas de 16 anos, também estão nas aulas de surfe. Elas começaram há alguns meses, mas já conseguem se equilibrar em cima da prancha e surfar como diversão. “Eu sempre quis surfar. Fazia slackline, que precisa de muito equilíbrio, e pensei em praticar o surfe. Também faço faculdade de direito e tenho vontade de um dia ir para um lugar com outros tipos de onda”, revela, se referindo ao Havaí e à Austrália. Já as amigas Beatriz e Lais começaram nas aulas em julho e estão adorando. “Quero trabalhar com isso no futuro”, projeta Bia. Já Lais conta que virou celebridade na sua família após o título mundial do Brasil no surfe. “As pessoas brincam e falam que eu sou a nova Medina da família. Acho que se ele conseguiu ser campeão, a gente também consegue”, diz, rindo. Quem também aproveitou o dia de sol para surfar foi a pequena Giovana, de 10 anos, que vai às aulas acompanhada da mãe Carolina Zambelli, que também pega ondas. “É uma família de surfista”, conta Carolina. “Antes eu morria de vergonha de andar com a prancha debaixo do braço, pois causava estranheza. Agora isso mudou e as mulheres estão surfando cada vez mais.”

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