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Dudu, fiel testemunha desde o 1.º momento

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Por Livio Oricchio e BUDAPESTE
Atualização:

Se existe alguém que testemunhou de perto tudo o que aconteceu com Felipe Massa, de sábado até agora, é seu irmão, Eduardo, o Dudu, de 23 anos. "Já estava meio cismado, porque não consegui dar o meu tapinha nas costas do Felipe antes de sair para a classificação, como de costume", contou ontem. "Depois quando vi o carro parado, no meio da barreira de pneus..." Dudu deveria ir com Massa para o hospital, no helicóptero, mas na última hora viram que não havia espaço. "O Nicolas Todt (empresário do piloto) já tinha saído de carro. Perdi minha carona. Fui com uma pessoa que não sabia onde era o Hospital Militar. Paramos na estrada do autódromo para pedir orientação a um policial e quase fui preso." Esses profissionais têm, ainda, forte ranço do comunismo. "Depois providenciaram até um batedor." Assim que Massa chegou ao hospital ficou clara a necessidade da cirurgia. "O pessoal não fala inglês e não faz esforço, mímica, para se fazer entender", relembrou. Apesar da gravidade do caso, o irmão de Massa, que mantinha o pai informado por telefone, no Brasil, comentou não ter pensado no pior "em nenhum momento". Foi emocionante o encontro com a cunhada, Rafaela, e os pais, no domingo pela manhã, no hospital, recém-chegados de São Paulo. "Chorei algumas vezes, o pessoal da Ferrari foi incrível, me ajudou muito, mas quando vi meus pais, desabei." Naquele instante, o quadro do piloto ainda exigia cuidado. "Estava preocupado com a Rafaela, tem um moleque vindo aí", observou Dudu ao referir-se à cunhada, grávida de cinco meses. O que podiam ver era um paciente no leito da UTI dormindo e com a face com aspecto um pouco chocante, por ter o supercílio e o olho esquerdo bem inchados. "Decidimos que meu pai seria o primeiro a vê-lo." A partir de segunda-feira, com a redução da carga sedativa, Massa começou a ter breves momentos de vigília. A surpresa foi geral. "Ele melhorava a cada instante. Queria tirar tudo de si e precisei contê-lo, mas empurrou a minha mão." Os períodos de sono ainda são grandes, mas quando está acordado Massa não esconde a vontade de ir para casa. "Não aguento mais isso aqui, preciso sair desse troço", diz para quem se aproxima.

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