E-mail ajudará Maurren a treinar em Mônaco

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Por Agencia Estado
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Maurren Higa Maggi nunca foi uma usuária habitual da internet. O lap top que carrega quando deixa o Brasil é mais usado para tocar CDs de música. Mas agora terá de acostumar-se a ler os e-mails, o meio de comunicação estabelecido com o técnico Nélio Moura para receber os ciclos de treinos - costumam ser ministrados para três semanas. Maurren está em Mônaco desde domingo. Decidiu ficar mais perto do namorado Antonio Pizzonia, o piloto de teste da Williams, na Fórmula 1, que vive no Principado. Em São Paulo, Nélio enviará os treinos, mesmo com o desligamento de Maurren da BM&F Atletismo, equipe da qual é técnico. Ele contou que essa não será a primeira vez que treina um atleta de talento sem receber. No entanto, prefere não criar expectativa sobre o resultado do trabalho, em função do contexto que envolve a participação da saltadora na Olimpíada de Atenas. Com resultado positivo em controle antidoping para a substância proibida Clostebol, Maurren foi considerada inocente no Brasil, mas ainda aguarda manifestação da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF). Tecnicamente, Nélio Moura já decidiu a estratégia que adotará para a atleta, que perdeu metade da temporada. Maurren fará uma "única periodização de cinco meses, para tentar estar pronta em agosto", explicou. "O Jadel (Gregório, do salto triplo) trabalha desde outubro, para ter o primeiro resultado do ano em março, no Mundial Indoor. Depois fará outra periodização para Atenas e os meetings da Golden League. A Maurren visaria resultado em agosto e só isso. As vezes faço periodizações múltiplas no ano ou duas em uma mesma temporada." Mas para ir à Olimpíada, Maurren, que, segundo o técnico, "não está nem perto de sua melhor forma física", terá de treinar com seriedade, em Mônaco, longe do grupo de atletas que estava acostumada a conviver em São Paulo e distante do próprio técnico. E ainda ser liberada da acusação de doping pela Associação de Federações de Atletismo em março. Além, é claro, de repetir o índice olímpico B, de 6,55 m, até o dia 20 de junho, último prazo dado da Confederação Brasileira de Atletismo para montar a equipe nacional que vai a Atenas. "Essa marca não é tão simples quanto pode parecer. É um salto de final olímpica", lembrou Nélio. Entre as 12 finalistas em Atenas haverão várias atletas com essa marca, que parece fácil para quem, como Maurren, terminou o ano de 2003 com a marca de 7,06 m. "Mas a atleta tem de estar preparada para saltar 6,55 m."

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