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É muito dinheiro para um só homem desafiar

Por Livio Oricchio
Atualização:

O inglês Donald McKenzie, do fundo de investimento CVC, com certeza em algum momento da conversa com Bernie Ecclestone, em Silverstone, disse-lhe: "Eu investi US$ 1,2 bilhão para me tornar seu sócio. Nosso negócio pode acabar por conta da vaidade de um homem. É a sua vez de agir. E espero que faça." Luca di Montezemolo já havia dito a Ecclestone: retire Max Mosley da FIA e nosso acordo se resolve em poucos minutos. A necessidade de mostrar a si próprio e ao mundo que tem poder para afrontar grupos industriais como Mercedes, Fiat, Renault, Toyota e BMW levou Mosley a conceber um conjunto de regras para 2010, sem sequer ouvi-los, que os desagradou profundamente. Mosley se surpreendeu com a união da Fota e o anúncio do campeonato próprio, tanto que em seguida, atordido, ameaçou processar todo mundo. A iniciativa da Fota o deixou sem nada na mão e depois serviu para finalmente Ecclestone e seu sócio se conscientizarem de que perderiam muitos milhões de dólares. Seu produto, a Fórmula 1, passaria a valer nada sem as principais equipes e pilotos. O dilema de Ecclestone: continuar apoiando Mosley ou salvaguardar a Formula One Management (FOM), sua empresa? Com educação, tratou de convencer Mosley da sua realidade, ontem ainda. Contou com ajuda de gente do Conselho do presidente da FIA. Foi essencialmente a possibilidade concreta de jogar pela janela o que construiu com extrema dedicação, durante 35 anos, ainda que ficasse com a parte do leão, sempre, que o levou a, ontem, apenas, dizer: "Thank you, Max. It is over."

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