PUBLICIDADE

E o alemão Vettel, de 20 anos, desponta como novo fenômeno

Por Livio Oricchio e KUALA LUMPUR
Atualização:

O piloto da vez na Fórmula 1 chama-se Sebastian Vettel, da modesta Toro Rosso. Na próxima madrugada, nas 56 voltas do GP da Malásia, as maiores atenções recairão, claro, sobre a disputa entre os pilotos da Ferrari e da McLaren pela vitória, mas muito também no desempenho do que parece ser o novo fenômeno da F-1, esse alemão de 20 anos, amigo de Michael Schumacher, filho de um carpinteiro. Já foi esclarecido por todos os envolvidos na história de que sua transferência para a Ferrari, em 2009, é uma fantasia. Mas não deixa de ser verdade que seus resultados, ano passado, na pré-temporada em janeiro e fevereiro, e agora nos treinos do GP da Austrália e da Malásia, já levaram o meio a observá-lo de maneira bem distinta. "Ele é fantástico", disse Bernie Ecclestone, ontem, no Autódromo de Sepang. Vettel já é o mais jovem a marcar pontos na F-1, com 19 anos, 11 meses e 14 dias na sua estréia no Mundial, no campeonato passado, em Indianápolis, pela BMW. "Sou fã dos Beatles", conta, surpreendentemente, pois nasceu 17 anos depois da separação da banda, em 1970. "Meu quarto era forrado de pôster de Michael Schumacher, meu herói. Nem acredito que hoje conversamos regularmente." Na primeira temporada no automobilismo, em 2003, depois de títulos no kart alemão, foi vice-campeão da Fórmula BMW para, no ano seguinte, conquistar o título com 18 vitórias em 20 etapas. "A minha namorada, Hanna, é a mesma de quando comecei minha carreira", diz, com orgulho. O pai, Norbert, seguia o filho com interesse até chegar na F-1. Mas Vettel sabe que o chefão dos pilotos sob contrato com a Red Bull, o austríaco Helmuth Marko, ex-piloto que abandonou a carreira na F-1 depois de uma pedra o deixar cego de uma vista, no GP da França de 1972, não quer saber de familiares circundando pelos boxes. "Vettel me impressiona. Apesar de muito jovem, é velocíssimo, determinado, sabe o que deseja e comete poucos erros. Vejo-o como um futuro campeão", diz Gerhard Berger, ex-companheiro de Ayrton Senna na McLaren e sócio da Toro Rosso. "A sensível evolução de nossa equipe, este ano, deve-se muito a sua capacidade de tirar tudo do carro", afirma, garantindo que o piloto continuará no time até o fim de 2010. Fã incondicional de Schumacher, segue seu exemplo. "Não levo em conta apenas os sete títulos e 91 vitórias, mas o que representa como pessoa para mim." Ninguém se arrisca a dizer que Vettel é o novo Schumacher da F-1, mas já há quem reconheça nele um supertalento capaz de fazer história.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.