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Edinanci e Honorato chegam resignados

Por Agencia Estado
Atualização:

Enquanto Flávio Canto e Leandro Guilheiro comemoravam e enfrentavam um batalhão de jornalistas que impediam uma das saídas do desembarque no aeroporto, os atletas derrotados saíam pelo outro lado. Alguns sorriam espontaneamente apesar do mau resultado, como Vânia Ishii e Daniele Zangrando; outros tentavam escapar sem dar muitas declarações, como Edinanci Silva e Carlos Honorato, apontados como favoritos entre os judocas brasileiros. Com o rosto machucado, que ralou no tatame, Edinanci apareceu apática. Tímida, a atleta procurou não se justificar pelas derrotas e a eliminação precoce da disputa de medalhas. "Foi falta de sorte. Eu dei tudo de mim, e falar mais do que isso não adianta. Não tem como justificar", disse a judoca, que foi recebida pelos companheiros da AD São Caetano. A paraibana falou sobre a participação feminina na modalidade, que nunca conquistou uma medalha olímpica: "Sei que me entreguei de corpo e alma, e que todas fizeram o seu melhor. Infelizmente, não foi o que esperávamos, mas todas estavam bem concentradas para os Jogos. Coloquei em prática o que treinei, mas digo de novo: foi falta de sorte." Sorriso amarelo - Antônio Honorato, que esperava a chegada do filho, Carlos, é árbitro de judô. Sua avaliação sobre a derrota do judoca foi simples: "Não era o dia dele. Só isso. Ele estava muito bem preparado, mas simplesmente não conseguiu fazer o que planejava. Ele vai ficar triste até a próxima competição, mas depois passa. Tenho certeza de que ele vai conseguir ir a Pequim daqui quatro anos." Quando desembarcou, Carlos não esboçou um sorriso sequer. "Acho que o que realmente aconteceu foi que fui mais estudado do que estudei. Mas essa competição foi atípica. Vocês podem ver que fora o Japão, o judô foi muito equilibrado. As duas medalhas de bronze igualam a campanha de Atlanta, em 1996, e mostra que o judô manteve a tradição de medalhas", disse. A derrota abalou o judoca de 29 anos, mas ele ainda mostra vontade para buscar o ouro daqui quatro anos. "O que não pode acontecer é essa derrota em Atenas acabar com meu sonho. Vou treinar, ver se faço mais intercâmbios para ver se chego bem em Pequim", assinala o prata em Sydney/2000. "Queria muito trazer a medalha para minha família, que merecia, mas não deu."

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