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''''Elas foram longe demais'''', lamenta a mãe de Marta

Dona Terezinha também pede apoio ao time

Por Ricardo Rodrigues e DOIS RIACHOS
Atualização:

Foi com tristeza e lágrimas nos olhos que a mãe da jogadora Marta, dona Terezinha Vieira dos Santos, 60 anos, assistiu ontem à derrota por 2 a 0 da seleção a para a Alemanha, na decisão do Mundial. ''''Ainda não foi dessa vez, mas a vida continua e essas meninas ainda vão dar muitas alegrias ao Brasil'''', afirmou Dona Terezinha, antes de deixar o salão do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), onde assistiu ao jogo num telão montado pela Prefeitura. Dona Terezinha estava nervosa desde o início da partida. Ela vestia a camisa da seleção, com o número 10 e o nome de Marta nas costas. Estava ao lado de familiares, amigos e moradores da cidade. Para a mãe de Marta, a falta de apoio ao futebol feminino pesou na disputa contra a forte seleção alemã. ''''A derrota não é motivo de desespero. Essas meninas já foram longe demais, pois não é fácil jogar futebol feminino sem incentivo, sem apoio'''', ''''comentou. ''''Mesmo assim, as meninas conseguiram um feito histórico, conquistar o vice-campeonato mundial, que é um título inédito para o Brasil'''', afirmou José Vieira, irmão da craque. ''''Não foi porque Marta perdeu o pênalti que vai deixar de ser a melhor jogadora de futebol feminino do mundo'''', afirmou. O prefeito Jailton Matias lamentou a derrota, mas reconheceu que não foi por falta de empenho e esforço que o Brasil perdeu para a Alemanha. ''''Essa Copa deve servir de lição para os dirigentes, para que invistam mais nessa modalidade.'''' Segundo ele, a cidade tinha se preparado para fazer um grande carnaval, se o título fosse conquistado. Dois Riachos tem uma população de 10 mil habitantes e fica no sertão alagoano, a cerca de 220 km de Maceió. ''''O grito de campeã ficou engasgado na garganta, mas quem sabe se da próxima vez ele não pode ecoar pelo mundo afora'''', afirmou a professora Maria José Vasconcelos, a Ezinha, que deu aulas para Marta na Escola Cônego José Bulhões. ''''A gente acordou mais cedo para assistir ao jogo, mas infelizmente foi uma tristeza muito grande essa derrota, principalmente porque Marta perdeu o pênalti'''', afirmou a professora, que viu a jogadora começar a carreira vitoriosa, jogando com bolas de meia, no pátio da escola, durante os intervalos. ''''A Marta era inteligente, mas não prestava atenção direito às aulas porque ficava ansiosa, esperando a hora do recreio, para jogar bola com os meninos'''', conta a professora Ezinha.

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