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Ele fez história em Valência

Rubinho consegue a 100.ª vitória brasileira nas pistas da F-1 no GP da Europa

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Por Livio Oricchio
Atualização:

Nada menos de 84 GPs depois de vencer pela última vez na Fórmula 1, na China, em 2004, pela Ferrari, Rubens Barrichello obteve ontem, em Valência, na Espanha, conquista histórica. Aos 37 anos e em sua 279ª participação em corridas de F-1, agora pela Brawn GP, deu ao Brasil a vitória de número 100 no Mundial. "O campeonato está aberto, sim. E, claro, nesse momento de negociações (visando a 2010) um resultado desses ajuda", afirmou. Fazia tanto tempo que Rubinho não ganhava uma prova que sua família promoveu uma festa, ontem, em São Paulo. "O Eduardo e o Fernando (filhos) eram pequenos ainda na última ocasião. Hoje eles entenderam o significado de eu vencer. A Silvana (mulher de Rubinho) me contou que eles pulavam em cima do sofá." Eduardo tem 8 anos e Fernando, 5. "Gostaria que um dia como hoje tivesse 72 horas para poder comemorar. Havia muita pressão. Só meu companheiro (Jenson Button) ganhava", comentou. Como Button foi apenas sétimo ontem no GP da Europa, 11ª etapa do calendário, e a dupla da Red Bull, Sebastian Vettel e Mark Webber, não marcou pontos, Rubinho avançou bem na classificação. Button soma 72 pontos, Rubinho, vice-líder agora, 54, Webber tem 51,5 e Vettel, 47. "Ainda é uma diferença grande para o Button (18 pontos), restam seis provas, mas tenho sido mais rápido nas classificações e nas corridas." As 57 voltas do GP da Europa, sempre sob calor intenso, foram tensas, explicou. "Andei o tempo todo exigindo quase tudo do carro", falou. No primeiro pit stop (20ª volta), Rubinho ultrapassou Heikki Kovalainen, da McLaren, para ser segundo, e tentava se aproximar de Hamilton, também da McLaren, para fazer a mesma coisa na segunda parada e assumir a liderança. "Consegui uma série de voltas muito boas", lembrou. Hamilton fez o segundo pit stop desastroso na 37ª volta (perdeu 5,5 segundos) e tinha vantagem de 3 segundos e 686 milésimos sobre Rubinho na passagem anterior. "Eu pararia três voltas mais tarde, mas o Nakajima (Williams) começou a lançar borracha do pneu pela pista, minha equipe achou que o safety car poderia ser acionado e me chamou para o pit stop", explicou Rubinho. "Nessa hora compreendi que ultrapassaria o Hamilton (na parada)." No GP da Europa Rubinho realizou um trabalho perfeito: teve calma no início, ao perceber que, mesmo com a Brawn GP mais rápida que a McLaren, não ultrapassaria Kovalainen. Demonstrou agressividade e precisão ao estabelecer ótimos tempos depois de o finlandês parar. Mais tarde, deu um show com o segundo jogo de pneus, ao se aproximar de Hamilton a ponto de ultrapassá-lo para vencer e dedicar a vitória ao amigo Felipe Massa, que o assistia pela TV, em casa. "O desafio, agora, é o GP da Bélgica (no fim de semana), onde penso que a Red Bull será bem mais veloz", disse Rubinho. Hamilton acabou em segundo e Kimi Raikkonen, da Ferrari, chegou em terceiro.

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