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Eleição apressou acordo para dar isenção de impostos à Fifa

Jerome Valcke admite ter vindo às pressas ao Brasil fechar o acordo por temer problemas o período eleitoral

Por JAMIL CHADE
Atualização:

A Fifa, a CBF e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva aceleraram o processo para garantir que o acordo de isenção fiscal para a Copa de 2014 fosse fechado antes do início do período eleitoral. Na semana passada, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, fez uma visita relâmpago ao Brasil para fechar um entendimento com o governo brasileiro. "Fui antes das eleições, que impedem mudanças (na lei)"", explicou Valcke ontem ao Estado. Para isso, ele interrompeu seus trabalhos na África do Sul.A isenção tributária, que ainda vai passar pelo Congresso neste mês, valeria de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2015, e beneficiará também a rede de televisão que terá os direitos de transmissão da Copa. Alguns deputados querem saber exatamente o que votarão. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, foi, inclusive, convidado a se explicar ao Congresso sobre os gastos que o País terá. A isenção fiscal era uma exigência da Fifa desde 2007, quando a entidade concedeu ao Brasil o direito de organizar o Mundial.Pelas estimativas da Fifa, o Mundial em 2014 será o mais lucrativo da história e irá colocar nas contas da entidade volume quase 100% superior ao que a Copa da Alemanha gerou em 2006. A entrada de recursos com o Brasil será ainda US$ 600 milhões a mais do que com a África.Para o período 2011-2014, a Fifa prevê que irá ter renda de US$ 3,8 bilhões. Mais de 95% disso vai ser gerado com o Mundial no Brasil. Bilionária, a Fifa também investirá mais no Brasil que na África do Sul. Segundo o orçamento, a entidade gastará com o evento no País cerca de US$ 1,38 bilhão, US$ 300 milhões a mais que na África. A operação de TV será o segundo maior gasto, com US$ 228 milhões.

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