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Elias, da depressão às vitórias no Parque

Volante quase encerrou carreira em 2006. Hoje é elogiado até por Ronaldo

Por Fábio Hecico
Atualização:

Um dia após ter sido apontado por Ronaldo como o craque do Campeonato Paulista, Elias se emocionou ao lembrar de como foi difícil vencer no futebol. Hoje ele ri e se intitula um vencedor. Em 2006, aos 20 anos, o camisa 7 corintiano quase pendurou as chuteiras. Vinha de dispensa do Palmeiras B e encarou "a pior fase da vida". "Fiquei dois meses no Náutico sem receber e depois não consegui mais clube. Fiquei o ano inteiro parado, sofri com a depressão", conta, esforçando-se para segurar as lágrimas. "Ficava até duas horas (da tarde) dormindo. Meus amigos me tiravam a tapa da cama para eu não desistir. Eu falei que voltaria a estudar, arrumaria qualquer trabalho, que no futebol não teria mais futuro", lembra. O tempo ocioso foi preenchido com ajuda do tio Enoque. "Ele me ajudou bastante, me levava para correr num parque, me treinava." Logo Elias readquiriu a fome por futebol e se arriscou na várzea na Copa Kaiser. "Defendi o Leões da Geolândia e o Lagoa da Vila Maria", afirma, com orgulho. "Fiz muitas amizades e eles me proporcionaram a volta por cima." Um desses amigos resolveu ajudar a recolocar Elias num clube profissional. Levou-o ao São Bento, de Sorocaba, para um teste. Foram 30 minutos como atacante e a avaliação do técnico Rincón acabou sendo negativa: nessa posição não daria certo. "Ele me escalou como meia e pude jogar o Paulista." Elias, então, começou a decolar. Passou pelo Juventus até chegar à Ponte Preta, onde disputou a decisão estadual e abriu caminho para se transferir para o Corinthians. "Venho falando bem do Elias desde 2008. Ele se transformou em um dos melhores da equipe, qualifica bem nosso meio", elogia Mano Menezes. "Tenho de agradecer os elogios. Venho trabalhando para isso e é uma honra ser elogiado pelo professor e por um fenômeno mundial (Ronaldo). Mas também tem outros jogadores vivendo o melhor momento, como o Ronaldo, o Felipe..." Elias pede para não ser poupado hoje, contra o Atlético-PR. "Estou à disposição, tenho 23 anos e condição de jogar dez partidas por semana. Já fiquei um ano parado na vida e agora não perco uma por nada.

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