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Em defesa do título

Rodrigo luta pelo direito à festa no pódio que não teve em Atenas

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Por Valeria Zukeran
Atualização:

Rodrigo Pessoa inicia, a partir das 8h15 de hoje (horário de Brasília), em Hong Kong, o desafio de defender seu título olímpico na final individual do hipismo de saltos dos Jogos de Pequim. A competição será um teste definitivo da capacidade de superação do cavaleiro após a aposentadoria de Baloubet de Rouet, que o levou ao ouro em Atenas. A disputa contará ainda com outro brasileiro nas finais: Bernardo Alves, que monta Chupa Chup 2. Rodrigo teve momentos conturbados no trajeto entre a final dos Jogos da Grécia e a atual apresentação olímpica. Com a aposentadoria de Baloubet, o cavalo Oasis seria sua nova montaria. O animal, no entanto, morreu poucos meses antes do Pan-Americano do Rio, no ano passado. Sem opção, Rodrigo recorreu ao reserva Rufus, que o levou ao título por equipes no Pan e que estará na pista hoje, em busca de medalha. O campeão olímpico adquiriu recentemente Let?s Fly e o considera muito promissor. Porém, será preciso esperar alguns anos até que se torne o titular e pronto para grandes saltos. É consenso que Rufus não tem o mesmo potencial de Baloubet - que, apesar de ter refugado em Sydney-2000, se redimiu em Atenas e é considerado no hipismo uma espécie de Pelé. Rufus, por sua vez, não fez feio nos dois primeiros dias de competições no Hipódromo de Sha Tin, em Hong Kong. Cometeu uma falta no primeiro dia e foi um dos poucos a ?zerar? a pista na segunda passagem. Rodrigo avalia que seu cavalo tem melhorado a performance a cada dia e mostra muita categoria, o que aumenta a esperança de conquistar um bicampeonato. Nova medalha de ouro, que teria significado especial: em Atenas, ele não participou da cerimônia de premiação no alto do pódio porque sua vitória só foi confirmada após a descoberta do doping do cavalo Waterford Crystal, do irlandês Cian O?Connor. Em Pequim, espera, finalmente, ter a imagem da vitória para guardar. A situação de alguns favoritos aumenta o otimismo. A alemã Meredith Michaels-Beerbaum, primeira do ranking mundial com Shutterlfly, foi muito mal nos dois primeiros dias. Segundo o veterinário da Federação Eqüestre Internacional, Thomaz Montello, os comentários no meio hípico são de que os alemães erraram na decisão de adiantar a aclimatação dos cavalos, na contramão do que fizeram os adversários. Mesmo ao correr por fora, a experiência de Bernardo Alves, que monta Chupa Chup 2, pode ser um diferencial para levar o Brasil ao pódio na modalidade. A prova olímpica será disputada em duas passagens. Na primeira, os 35 conjuntos classificados esta semana, de pontos zerados, se apresentam na pista montada pelo course designer venezuelano Leopoldo Palácios, que pretende usar a Muralha da China como tema para os obstáculos. Os 20 melhores continuam na competição, enfrentando uma segunda pista. Em caso de empate, a medalha de ouro será decidida em nova passagem, com vitória para quem passar com menor número de faltas em menor tempo.

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